As eleições para o Conselho Geral (CG) estão a levantar polémica junto dos estudantes. Em causa está o voto eletrónico, que, pela primeira vez, está a ser implementado numa eleição da academia minhota. Este tipo de votação apenas permite votar numa das listas ou então deixar em branco. Os votos nulos ficaram de fora.

Os estudantes mostram apreensão com a forma como foi construída a plataforma, ao não permitir escrever ou desenhar no boletim de voto. “Retiraram um espaço de liberdade e criatividade que tanto prezávamos no seio académico”, acusa, em entrevista ao InComUM, Rafaela Silva, vice-presidente do departamento cultural e tradições académicas, da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM).

“Sempre julguei que fossem salvaguardadas as tradições e esta cultura tão marcante em todas as nossas eleições”, refere a estudante. O que mais preocupa a AAUM, e diz falar “em nome de todos os estudantes, como sempre”, são os “inúmeros espécimes de falos que surgiam desenhados naqueles papéis”.

Rafaela Silva garante mesmo que “esta espécie de arte” pode estar em “risco de extinção” com o voto eletrónico “nestes moldes”. A estudante promete fazer chegar o caso ao Conselho Cultural da Universidade do Minho, para que isto “não volte a suceder”.

O InComUM tentou chegar à conversa com os líderes das duas listas candidatas à representação dos estudantes no CG, mas não quiseram prestar declarações. Bruno Alcaide, candidato pela lista A, estaria demasiado ocupado a enviar mensagens de apelo ao voto. Já Bruno Gonçalves estaria a apressar conversações para reunir uma maioria em sede do CG, logo após as eleições.

João Álvaro Carvalho, presidente da comissão eleitoral, está “aberto a modificações que visem melhorar a experiência dos eleitores”. Mas não se quer alongar em considerações sobre esta eleição. “É um assunto a ser debatido pela universidade a posteriori, agora não é o momento oportuno”.