O FC Paços de Ferreira agudizou a crise do Sporting de Braga ao vencer, por 3-1, no regresso de Jorge Simão a uma casa bem conhecida. Num jogo a contar para 30ª jornada da Liga NOS, o Braga voltou mostrar a sua pior faceta e comprometeu a luta pelo quarto lugar.

O empate arrancado ao FC Porto provocou várias baixas na formação bracarense e Jorge Simão viu-se obrigado a fazer mexidas na deslocação a um terreno historicamente difícil.  Com Baiano, Vukcevic e Rui Fonte castigados, a juntar aos lesionados Mauro, Assis, Marafona e Wilson Eduardo, o treinador bracarense fez regressar Paulinho e Stojiljkovic, promovendo a estreia do jovem Loum.

Numa tarde solarenga, a formação minhota optou por se abster desde cedo de assumir o jogo, deixando o Paços jogar a bel-prazer, perante uma grande moldura humana. Sem mudar nada na sua organização estrutural, a ausência de Welthon fazia perspetivar dificuldades dos “castores” no ataque à baliza adversária, uma vez que, na sua ausência, a equipa ainda não tinha marcado qualquer golo.

Apesar do domínio do Paços, foi o Braga quem criou a primeira grande oportunidade do jogo. Aos 21 minutos, Paulinho apareceu a cruzar, a bola embateu em João Góis e sobrou para Pedro Santos que ficou perto do primeiro. Na resposta, Ivo Rodrigues fez a cabeça de três defesas em água, rematou seco e viu a bola passr perto do poste esquerdo de Matheus.

O Paços, fiel ao seu ADN caseiro, jogou com uma postura muito agressiva, encurtando os espaços dos criativos do Braga, a partir dos seus médios mais recuados, que interpretaram sempre perfeitamente o jogo e conseguiram anular todas as possibilidades de vantagem numérica excessivamente exploradas pelo Braga.

À passagem do minuto 23, Xadas, que fez a sua estreia como titular, inventou espaço, fez um passe teleguiado para Stojoljkovic mas o sérvio não teve astúcia para fazer balançar as redes. Na resposta, o Paços inaugurou o marcador. Ricardo Ferreira, que teve uma tarde infeliz, aliviou contra Filipe Ferreira, tendo a bola sobrado para Andrézinho, que face ao desposicionamento de Artur Jorge, endossou-a para Luiz Phellype e este não falhou.

O golo sofrido atarantou ainda mais os arsenalistas que, até ao final do primeiro tempo, se limitaram a ver o adversário a praticar um futebol cada vez mais agradável, com uma construção a três para dar largura e profundidade.

A segunda metade começou praticamente com o segundo golo do Paços. Aos 50 minutos, Andrézinho teve um momento de inspiração e fez um golo tal como vem nos livros. Na marcação de um livre direto, o jovem médio rematou em jeito para junto do poste direito, deixando Matheus sem hipótese de defesa.

A perder por 2-0, Jorge Simão promoveu uma dupla alteração que mudou totalmente a estrutura mas sem grande impacto em termos de produção. Rodrigo Pinho e Ricardo Horta entraram para os lugares de Paulinho e Xadas, ficando o Braga a jogar com apenas três defesas e obrigando Djavan a retirar o chip ofensivo, pedindo-lhe clarividência para apenas atacar quando fosse estritamente necessário.

Aos 71 minutos, e já com Alan no terreno de jogo, o Sp. Braga conseguiu romper pela primeira vez a defensa pacense. Ricardo Horta cruzou mal para a área, Defendi subiu mas não conseguiu segurar a bola, deixando-a à mercê de Rodrigo Pinho que só teve de encostar de calcanhar. O Braga continou sem conseguir encostar o adversário às cordas e foi o Paços quem chegou ao 3-1. Luiz Phellype deu a estucada final ao converter uma grande penalidade assinalada pelo adjunto de Fábio Veríssimo, por mão na bola de Ricardo Ferreira, que provocou muitos protestos do banco arsenalista.

Sete jornadas depois, o SC Braga voltou a perder e complicou as contas do 4º lugar, mantendo os mesmos 51 pontos, ficando a cinco pontos do rival Vitória que venceu o Boavista.