Cinco elementos compõe a “Héber Marques Band”, formando os HMB. Ontem só pudemos conversar com quatro deles, Héber Marques, Joel Silva, Daniel Lima e Joel Xavier, ficando a faltar Fred Martinho que foi pai e, por isso, esteve ausente das monumentais festas do Enterro da Gata.

Juntos desde 2007, desenvolvem projetos ligados ao Soul e R&B e tocaram ontem pela segunda vez no Enterro da Gata, primeira vez como cabeça de cartaz.

Os HMB nasceram com raízes musicais muito ligadas à religião. Como é que acham que isso influencia a vossa forma de fazer música?

HMB: Isso vincula a nossa forma de fazer música. Ainda hoje somos pessoas ligadas à igreja, ao cristianismo, ainda hoje somos pessoas muito ativas nas nossas comunidades. Faz parte de nós e acaba por transbordar também para a música, é inevitável.

Vocês também têm alguns discos religiosos…

HMB: Eu tenho a solo, três discos cristãos, mas acabamos, às vezes, por ir beber à mesma fonte também e, na verdade, lá falamos do criador da vida, e se é o criador da vida, nós aqui temos de nos inspirar também no criador da vida e dar vida às pessoas.

Primeiro “Dia D”, depois “Feeling” e “Naptel Xulima”. O que é que vocês destacam no álbum “+” [mais]?

HMB: No álbum “+” destacamos a “Acelerou”, a “Não me leves a mal”, nosso último single que está agora nas rádios, em todo o lado; saiu agora o videoclip, “Violeta” também… São os temas que temos tocado. “O Amor é assim” já era uma música do público, é uma consagração. Gostamos de destacar também uma música que é uma faixa escondida, está no final do disco. A última música chama-se “Mais” e, depois de acabar a música, se esperarem mais uns minutos, minuto 6:43, acho eu, está lá uma música também muito bonita.

De que forma é que o “+” vem solidificar ainda mais o vosso estilo soul?

HMB: Nós com o “+” também nos deixamos influenciar muito pelo pop dos anos 90: os sintetizadores, as baterias analógicas… deixámo-nos ir para aí um bocado. Nós na verdade somos uma entidade musical e gostamos de tocar música, independentemente de qual seja o género. E, felizmente, encontrámos a nossa identidade, não naquilo que tocamos, mas como tocamos, então cada vez mais HMB vai aventurar-se em outras coisas, se fizer sentido, se a canção for boa, nós vamos habituar-nos, independentemente do rótulo.

O que é que têm a dizer sobre o soul feito em português?

HMB: Olha, eu tenho a dizer que merecia muito mais atenção. Há muita coisa, muito talento para além de HMB por aí, muitas pessoas a tocarem bem soul e, felizmente, nós tivemos a oportunidade de levantar ainda mais a bandeira do soul. Mas temos pessoas que nós conhecemos e músicos que conhecemos também por aí que são muito capazes e tem muito talento. Portanto, acho que é um orgulho ter a oportunidade de fazer isso, mas gostávamos também de ver ainda mais isto a florescer em Portugal… mas há tempo. A música em Portugal está bastante viva e a prova disso é que Portugal ganhou a Eurovisão com o Salvador a cantar em português, com uma música lindíssima da irmã dele, a Luísa Sobral. Por isso, eu acho que temos mais do que a receita certa para continuar a fazer música em português.

Que mensagem é que os HMB querem passar ao público? E especificamente aos estudantes que vieram cá ao Enterro da Gata?

HMB: Serem felizes, basicamente é isso… e viverem um dia de cada vez, na intensidade certa. Estudem bem, não percam muito tempo, estudem uma vez. Não se percam muito para não estudarem várias vezes. E aproveitem a vida, os colegas, aproveitem a academia, divirtam-se e sejam equilibrados.