A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) faz um balanço “bastante positivo” do Enterro da Gata 2017, edição em que houve “muito público” e “poucos problemas” a nível de segurança. Em entrevista ao ComUM, o vice-presidente do departamento recreativo [secção responsável pelo evento], André Wilson, tem “quase a certeza” de que a semana académica deste ano “dará lucro”.
Num ano em que terão sido vendidas cerca de 4.500 pulseiras, de acordo com a previsão de André Wilson, o responsável diz que a intenção da AAUM é “manter o preço”, admitindo que se o objetivo for “um melhor cartaz”, os valores “terão de subir”. Mas é cauteloso: “Com a conjuntura atual, não estamos preparados para isso”.
ComUM: Como vice-presidente do departamento recreativo da AAUM, que balanço faz do Enterro da Gata 2017?
André Wilson: Sobre o Enterro da Gata 2017, é possível fazer um balanço bastante positivo. Penso que foi um enterro, acima de tudo, constante, exceto a sexta-feira e o sábado em que, como era de esperar, tivemos nesses dias mais pessoas que o normal. Quanto aos restantes dias, foi muito bom, tivemos bastante público. Alguns dias foram uma surpresa para nós, como a segunda-feira. Foi uma das melhores segundas-feiras de que há registo.
A nível de espetáculos, acho que conseguimos fazer um cartaz que atraísse bastante público para ver os artistas. O público universitário às vezes não adere muito aos concertos, mas este ano conseguimos isso. Na segunda-feira, com Capitão Fausto, conseguimos atrair muita gente, o que não é normal. Penso que estivemos bem na segunda-feira, destaco esse dia. Na terça-feira, com Virgul e HMB, também veio muita gente.
ComUM: No ano passado, a AAUM admitiu que houve prejuízo, devido, disse a associação, à chuva que houve nalguns dias. Este ano não houve chuva. É de esperar que o balanço financeiro seja mais positivo?
André Wilson: Este ano não houve nenhum dia de chuva, tirando o domingo, que foi o dia mais fraco. Mas em relação a domingo atribuo a culpa ao jogo do SC Braga [com o Nacional da Madeira], que obrigou ao atraso na hora de abertura do recinto, o que pode ter causado algum impacto. Mas, quanto às contas, a nível de tesouraria, ainda não as fizemos.
ComUM: Mas há alguma previsão da parte do departamento recreativo?
André Wilson: Sim, garanto que muito dificilmente teremos algum tipo de prejuízo. Tenho quase a certeza que dará lucro. Mas só daqui a algum tempo é que saberemos as contas ao certo.
ComUM: No que diz respeito à bilheteira, há dados de números de bilhetes vendidos?
André Wilson: Valores exatos ainda não, mas posso dizer alguns valores por alto. As pulseiras vendidas andaram dentro dos valores normais, entre quatro mil e 4.500. Houve compras de pulseiras no recinto nos primeiros três dias do Enterro, pelo que ainda é necessário calcular isso.
A nível de bilhetes diários, na sexta e no sábado foi acima dos seis mil. Na quarta-feira foi mais de 4.500. Na segunda-feira, penso que ficamos nos 2.500, tal como domingo. Na terça, também chegámos aos quatro mil. Na quinta-feira, foi perto de três mil. É um balanço positivo, como digo. Todos os dias, em geral, foram constantes. No domingo é que pode ter havido uma quebra. No entanto, são tudo previsões.
ComUM: O preço da pulseira é de 35 euros mais a necessidade de ser sócio da AAUM (quota de 12 euros anuais). Há alguma intenção por parte da AAUM no sentido de alterar o valor da pulseira nos próximos anos?
André Wilson: Desde o início que a ideia é manter o preço. Mas não falámos especificamente disso.
ComUM: Não se falou de uma eventual alteração ao preço?
André Wilson: Não, não se falou, mas posso dar a minha opinião. Neste momento, somos a terceira semana académica de Portugal, a seguir a Porto e a Coimbra. Este ano fomos bastante elogiados a nível de cartaz. Houve quem dissesse que tivemos um cartaz melhor que o da Queima das Fitas do Porto.
Se quisermos evoluir e ter um melhor cartaz, com mais nomes internacionais, e atrair mais público, teremos de alterar o preço e subi-lo um pouco. No Porto e em Coimbra os bilhetes são mais caros e ninguém reclama. Nós tivemos desde o início um preço baixo e alterá-lo agora ia ser “o fim do mundo”.
ComUM: Acha que a comunidade académica daria de bom grado mais dinheiro com a garantia de ter um melhor cartaz?
André Wilson: Infelizmente, acho que não. Acho que, dada a conjuntura actual, não estamos preparados para isso.
ComUM: O número de pessoas que vieram ao Enterro nesta edição era aquilo que a AAUM esperava? Ou as expectativas foram excedidas?
André Wilson: À excepção do domingo, todos os dias ultrapassaram as nossas expectativas. Provavelmente, tínhamos as expectativas altas demais para a sexta-feira, devido ao Gentleman, um artista internacional. Mas foi positivo na mesma.
ComUM: Quantos convites a AAUM deu?
André Wilson: Também não há um número certo. Há diversos convites institucionais, como às câmaras municipais, a patrocinadores, a pessoas da universidade, professores, …
ComUM: Mas não há um número aproximado?
André Wilson: Neste momento não sei dizer. Temos de reunir e contar tudo.
ComUM: Quantas pessoas tiveram de recorrer à Gata na Saúde?
André Wilson: Em cada noite, dificilmente ultrapassou as 100 pessoas. Em algumas noites houve 50, 40, noutras houve 60. Se tiver de fazer uma média, será cerca de 50 por noite. Mas não é o departamento recreativo que gere a Gata na Saúde.
ComUM: Há números de pessoas expulsas do recinto durante o Enterro?
André Wilson: Acho que este ano foi bom nesse aspeto. A segurança esteve impecável. Que eu saiba, houve registo de, num dia, duas ou três pessoas terem invadido o recinto. Mas nem dez minutos estiveram lá dentro, a segurança atuou logo. A nível de ‘porrada’, houve poucos incidentes a registar. A segurança esteve bastante bem tendo em conta a afluência de pessoas.