Joga-se, este domingo, a 77ª edição da Taça de Portugal. Frente a frente, dois históricos do futebol português, Sport Lisboa e Benfica e Vitória Sport Clube. A equipa encarnada pretende fazer a dobradinha e assim juntar o troféu da “prova rainha” ao triunfo no campeonato nacional. A formação vimaranense tem como objetivo repetir o feito de 2013, altura em que conquistou a taça precisamente contra o clube da capital. A história dos dois emblemas na competição é grande. O SL Benfica é o claro dominador, contando até ao momento com 25 triunfos. Por outro lado, o Vitória SC tem uma Taça de Portugal no seu palmarés.

 

Que Vitória sorrirá no final?

Depois de conquistar o seu primeiro tetracampeonato, o SL Benfica aponta agora baterias para a Taça de Portugal. Depois do expressivo triunfo sobre o Vitória SC por 5-0, importa perceber se este resultado pode vir a ser um presságio daquilo que será a final ou se este foi apenas um “acidente de percurso” da equipa da cidade-berço. Sendo certo que os vitorianos não marcam qualquer golo ao Benfica há nove encontros consecutivos, o Jamor poderá ser o local ideal para contrariar essa “malapata”.

Trata-se da sétima final da Taça de Portugal para o emblema minhoto. A primeira participação do Vitória SC no jogo decisivo da competição data de 1942, numa derrota por 2-0 com o Belenenses. A última é, sem dúvida, a mais especial para todos os vitorianos. No dia 26 de maio de 2013, a equipa (na altura) comandada por Rui Vitória bateu o Benfica por 2-1.

Este será, portanto, um reencontro especial para o treinador ribatejano. Depois de quatro temporadas em Guimarães, o técnico mudou-se para o clube encarnado, tendo conquistado dois campeonatos nacionais, uma Taça da Liga e uma Supertaça. Do outro lado, estará sentado Pedro Martins. Depois de conduzir a sua equipa ao quarto posto da Liga NOS, o timoneiro do conjunto vimaranense estreia-se em finais da Taça de Portugal.

Perante todos estes “condimentos”, resta apenas saber qual dos Vitórias festejará no fim do encontro: Vitória Sport Clube ou Rui Vitória (e o SL Benfica)?

 

Vitória SC demorou a pegar nas “Chaves” para a final; SL Benfica esteve perto de morrer na “Praia”

As duas equipas fizeram percursos distintos até chegarem ao jogo decisivo da Taça de Portugal. Os vitorianos sofreram em quase todas as eliminatórias para passar à fase seguinte, enquanto os encarnados sentiram menos dificuldades.

Até chegar às meias-finais, o Vitória SC não ganhou nenhum jogo por uma diferença superior a um golo. A caminhada começou com um triunfo no reduto do Santa Iria e prosseguiu com a vitória diante do Boavista, após prolongamento, no Estádio do Bessa. A equipa de Pedro Martins eliminou ainda o Vilafranquense, em casa, e o Sporting da Covilhã, no terreno do clube albicastrense. Apesar dos obstáculos que teve que ultrapassar nestes jogos, a “barreira” mais alta surgiu no duplo confronto frente ao Chaves. Após uma vitória segura (2-0), no Estádio D. Afonso Henriques, os vimaranenses viram os flavienses darem a volta na partida da segunda mão. Um tento de Marega colocou de novo o Vitória SC no caminho do apuramento devido ao critério dos golos fora (3-1; agregado: 3-3), sendo que depois disso Douglas foi herói ao defender uma grande penalidade já em cima do apito final.

Já o SL Benfica complicou no primeiro jogo frente ao 1º de Dezembro, mas conseguiu arrancar a ferros o apuramento. Depois disso, seguiram-se triunfos relativamente tranquilos diante do Marítimo, Real SC e Leixões. No jogo da primeira mão das meias-finais, a passagem à final parecia praticamente garantida após a vitória no terreno do Estoril-Praia (1-2), mas a equipa de Rui Vitória teve que suar muito para a concretizar. Os estorilistas chegaram a empatar a eliminatória, sendo que o SL Benfica confirmou o apuramento a muito custo (3-3; agregado: 5-4).

 

Tradição e inovação juntas na festa do futebol

Se há caraterística comum em todos os 78 anos de história da final da Taça de Portugal, trata-se do colorido que os adeptos dão durante o dia inteiro: antes, durante e depois do jogo. Esse fator ganha ainda maior relevância quando frente a frente estão SL Benfica e Vitória SC, que contam com um grande número de apoiantes fervorosos. Do lado minhoto, está prevista a saída de mais de 200 autocarros, para além das pessoas que vão até ao Jamor de comboio ou de automóvel, por exemplo. A festa começa precisamente na viagem, onde não falta o farnel, os tambores e uma dose de esperança.

Essa expetativa de vitória prende-se obviamente com a natureza do jogo em si, que este ano terá um novo elemento. Contra a vontade de alguns agentes desportivos, o vídeo-árbitro vai ser usado pela primeira vez em Portugal. A função deste meio tecnológico é dar a possibilidade ao árbitro principal da partida, neste caso, Hugo Miguel (AF Lisboa), de recorrer a imagens para dissipar alguma dúvida que tenha em quatro tipos de situações: golos, grandes penalidades, cartões vermelhos diretos e identidades trocadas.

O troféu é apetecível e a festa promete ser uma realidade, no entanto, só um dos clubes é que pode erguer a taça. O epílogo deste confronto será conhecido no final de tarde/início de noite deste domingo.

 

Texto: Diogo Matos e Tiago Gonçalves