A final da Taça de Portugal Feminina Allianz está reservada para dois estreantes na modalidade: Sporting CP e SC Braga. O primeiro e segundo classificados, respetivamente, foram as duas formações mais consistentes ao longo de toda a temporada nas duas competições nacionais. Goleada atrás de goleada, foram caminhando no campeonato e na taça sem grande dificuldade. Na memória dos adeptos minhotos ainda estão os 17 golos sem resposta – agregado dos dois jogos da meia final -marcados ao Casa Povo de Martim; entre os adeptos leoninos ninguém esquece o jogo dos oitavos de final em que as leoas venceram por 4-2 um dos candidatos a vencer o troféu, Futebol Benfica (fófó).
Fófó e Valadares, dois crónicos candidatos ao título, ficaram aquém das expectativas esta temporada. Duas formações temíveis para qualquer adversário, mas que perderam o estatuto com a entrada de SC Braga e Sporting CP. A consistência das duas equipas vê-se pela final do Jamor em 2016: o Futebol Benfica, que na mesma época havia sido campeão, bateu o Valadares por 2-1, naquela que foi a terceira final consecutiva da equipa de Benfica. No Valadares, finalista vencido em 2016, Edite Fernandes era a figura maior da equipa orientada por Fernando Matos.
Como Edite, há no plantel minhoto outras conhecedoras da mística do Jamor. O SC Braga vai pela primeira vez ao Estádio Nacional, mas leva na comitiva jogadoras habituadas ao palco da final.
A sexta final de Edite Fernandes
Pertence ao leque restrito de atletas que jogou a final da Taça de Portugal quando ainda não era no Estádio Nacional -só em 2010 é que a prova rainha se fixou em Oeiras pela mão da Federação Portuguesa de Futebol.
A segunda atleta portuguesa mais internacional de sempre procura o quarto troféu da competição para o seu palmarés. Ao serviço do 1º de Dezembro, conquistou, entre 2006 e 2008, três Taças de Portugal. As vítimas foram o Murtoense, o Boavista e o Clube Albergaria Mazel, respetivamente.
Ao serviço do Valadares, a jogadora de 37 anos jogou a final da Taça de Portugal por duas vezes. Em 2013, o Boavista levou a melhor. Já na temporada passada, Edite Fernandes voltou a não ser feliz no encontro decisivo, desta vez, frente ao Futebol Benfica. Vanessa Marques fazia companhia a Edite na equipa, tal como esta temporada, agora em terras minhotas.
Em 2013, a taça foi para o Bessa nas mãos de Rute e Adri
Vitória do Boavista FC sobre o Valadares por 3-1. Rute Costa era a dona da baliza axadrezada, enquanto Adri não saiu do banco de suplentes. Hoje, a história repete-se: Rute deve ser, muito provavelmente, a responsável pelas redes do SC Braga, enquanto que Adriana Gomes deve começar no banco de suplentes.
Em 2015, Rute também esteve no Jamor, mas a representar o finalista vencido, Albergaria Mazel. Aos 23 anos, a guarda-redes portuguesa foi uma das jogadoras mais utilizadas por João Marques esta época. Sofreu apenas três golos durante toda a temporada e isso faz com que seja uma das eleitas pelo selecionador nacional, Francisco Neto para os jogos de preparação tendo em vista o Euro 2017.
O extinto 1º de Dezembro que estragou a festa de Jéssica Silva e Andreia Norton
Ao serviço do Albergaria Mazel, Jéssica Silva chega à final do Jamor em 2012 e 2015. Em 2012, o 1º de Dezembro – um dos grandes do futebol que em 2014 fechou as portas do futebol feminino – permitiu a festa à atleta que agora alinha na formação bracarense.
Andreia Norton fez o jogo de despedida do Albergaria Mazel no Jamor. Em 2015, após ter sido um dos destaques do campeonato, a atleta portuguesa rumou ao Barcelona.
Em Braga, Jéssica e Norton voltam a encontrar-se e juntas chegam a mais uma final. Desta vez não há 1º de Dezembro, mas há um Sporting CP a quem o SC Braga ainda não conseguiu vencer esta época.
Texto: Paulo Costa e Tiago Gonçalves