Segundo reza a lenda, “devagar se vai ao longe” e assim continua a ser. Já há muito tempo, as equipas minhotas se tentam intrometer entre os considerados “três grandes do futebol português e que melhor exemplo senão o desta época. Em 2016/2017, três taças e um campeonato tiveram a assinatura das gentes minhotas. Desde a Supertaça, Taça de Portugal e Taça da Liga, sem esquecer o campeonato português, as equipas minhotas tomaram o gosto pelo convívio com os grandes.

Comecemos pelo principal escalão nacional. Em Braga, os últimos 10 meses não vão deixar saudades. Na primeira metade da época, transpirava-se desconfiança; equipa ia vencendo, mas sem exibições de calibre. Os resultados negativos na Liga Europa trouxeram condimentos para que José Peseiro estivesse com um pé fora dos bracarenses. Após ter sido eliminado da Taça de Portugal pelo Covilhã, assim se sucedeu. Dois treinadores se seguiram e o objetivo inicialmente proposto não foi cumprido. Depois de muita luta, os “Gverreiros” ficaram no quinto lugar, com 54 pontos. Realce para a presença na fase de grupos da Liga Europa, Supertaça e final da Taça da Liga.

O Vitória de Guimarães conseguiu a melhor prestação da década no principal campeonato de futebol português. Atingiu o quarto lugar e qualificou-se para a Liga Europa. Ainda houve tempo para chegar à final da Taça de Portugal, mas sem a conseguir vencer. A equipa vimaranense foi consistente e conseguiu 31 pontos nas duas voltas do campeonato. Teve várias séries positivas, na qual se destaca os 11 jogos sem perder até à 33ª jornada. Teve em Marega a sua “bota de ouro”, com 13 golos marcados e em Pedro Henrique, o prémio fair-play da I Liga. Depois de Cajuda ter atingido o 3º lugar em 2008, Pedro Martins conseguiu o objetivo inicial na sua época de estreia à frente da equipa minhota.

Por fim, temos o campeão Moreirense. Sim, o Moreirense tornou-se, esta época, o “campeão de inverno” em Portugal. Um momento alto para o clube de Moreira de Cónegos, que durou pouco devido à aflição no campeonato. Agigantou-se na última jornada e venceu o FC Porto por 3-1, sendo suficiente para carimbar a manutenção no principal escalão. Uma equipa que teve muito de espetacular como de angustiante (acabou a época no 15º lugar, com 33 pontos). Depois de vencer a Taça da Liga, esteve 10 jogos sem ganhar. Três treinadores passaram pelo comando técnico, tendo-se segurado Petit até à última jornada. Com sete golos, Boateng foi o melhor marcador. Destaque ainda para Pedro Rebocho e Cauê.

Na Liga Ledman Pro, foi um ano de “altos e baixos” para as gentes do Minho. Desceu o Fafe e o Vizela, num campeonato com duas potências (Portimonense e Aves) e 20 equipas equilibradas. Destaque para o SC Braga B, que conseguiu o 7º lugar com 62 pontos, o melhor entre os minhotos.

Menos sorte teve o Merelinense. Uma época irrepreensível do conjunto de Micael Sequeira, mas com pouca sorte na parte final. Considerada a equipa sensação do Campeonato de Portugal, o sonho da subida esteve perto de se realizar. Contudo, no play-off de subida, perdeu com o Académico de Viseu.

Depois de dez meses de várias emoções, as equipas minhotas conseguiram, no geral, uma época positiva. O Moreirense conseguiu ser histórico ao ganhar uma taça e a garantir a quarta época consecutiva na primeira liga. O SC Braga procurava resultados muito melhores, mas também não se pode dizer que foram maus. Um ponto positivo é a maior utilização de jovens formados no clube. O Vitória SC teve uma época excelente. Cada vez se sente mais o amor dos adeptos e já são reconhecidos por isso. A época minhota da segunda liga também não foi má, mas pesa pela descida do Fafe e do Vizela, depois de terem subido na época anterior. Por fim, e o maior destaque da região vai para a equipa do Merelinense. Por pouco não alcançou a desejada subida.