Vinte choupos no campus de Gualtar da Universidade do Minho vão ser abatidos em consequência do estado de “podridão avançada” em que se encontram. A conclusão é de um relatório de segurança estrutural de árvores da Universidade do Minho, com parecer positivo da Escola de Ciências, que foi acatado pela administração da UMinho. O abate das árvores vai ocorrer “nas próximas semanas”, informa o Gabinete de Comunicação em e-mail dirigido à comunidade académica.

Universidade do Minho

As árvores situam-se em toda a extensão da fachada principal do campus de Gualtar, entre a frente do CP2 e o lado direito do posto de segurança, na Rua da Universidade, perpendicular à Rua de Barros. Segundo o relatório, da autoria de Viriato Oliveira, “a segurança e estabilidade das árvores” estão afectadas e “comprometem a integridade física de quem frequenta os espaços exteriores da universidade”.

Os danos situam-se em “pontos-chave” da segurança estrutural da árvore, como ramos principais, tronco e raízes. O relatório analisa a resistência das árvores e o choupo revela-se “um fraco candidato para plantação em arruamentos e espaços urbanos. Em todos os parâmetros de resistência, a madeira de choupo é incluída na categoria de madeira fraca e leve”, refere o texto.

Poda “drástica” e “radical” em 2011 comprometeu segurança

O relatório, entregue à UMinho a 23 de Junho passado, arrasa a intervenção que a Universidade fez às referidas árvores em Janeiro de 2011. Nessa altura, procedeu-se a uma poda, diz o relatório, “violenta e desprovida de fundamento técnico”. Uma espécie já de si frágil viu a sua condição agravada “imediatamente após as podas terem sido efectuadas”.

A forma alegadamente incorrecta como a poda foi feita permitiu “a entrada de fito-patogénicos que têm vindo a degradar a madeira das zonas expostas e [levou] à rápida deterioração de troncos e ramos principais”.

Com o “factor poda radical” aplicado em 2011, “a fraca densidade da madeira levou a comportamentos completamente díspares dos que seriam de esperar de um exemplar saudável e cuidado com as técnicas de poda adequadas”. O documento conclui: “Derivado da intervenção passada, estas árvores, ainda jovens, apresentam um estado de degradação avançado, quando deveriam ter uma saúde forte e durável”.

Assinado pelo professor auxiliar Rui Tavares, o parecer do Centro de Biologia Funcional de Plantas, inserido na Escola de Ciências, confirma o relatório de Viriato Oliveira: “O declínio estrutural das árvores resulta de podas incorrectamente realizadas”.

Reitoria da UMinho “nada tem a acrescentar”

Contactado pelo ComUM, o responsável pelo relatório, Viriato Oliveira, remeteu esclarecimentos para a reitoria, alegando que o relatório foi por ela encomendado e que, em 2011, ano em que ocorreram as podas, o próprio ainda não tinha assumido funções de arboricultor na universidade.

A reitoria, por sua vez, recusou responder a todas as perguntas que o ComUM lhe colocou por escrito, dizendo, por duas vezes, “nada ter a acrescentar sobre o assunto”.

As perguntas a que o ComUM queria que a reitoria respondesse diziam respeito à assunção de responsabilidade das podas realizadas em Janeiro de 2011, aos custos do abate que vai ocorrer em breve e ao novo plano de rearborização no campus de Gualtar. O ComUM voltou a insistir, nomeadamente na questão dos custos do abate e da rearborização, mas a reitoria fechou-se em copas.

ComUM