O Rodellus não podia ter acabado de melhor forma. Ao longo de três dias, Ruílhe foi palco de vários concertos e atividades. Este sábado foi a última noite da edição de 2017, que recebeu os The Sunflowers, com batidas velozes e uma guitarra furiosa, o suíço Fai Baba a estrear-se em Portugal, e os Los Wilds a fazerem jus ao nome.

Hélio Carvalho/Rodellus

Hélio Carvalho/ComUM

Recinto principal cheio. Uma mulher na bateria e um homem na guitarra. O público foi-se aproximando cada vez mais do palco, já sabendo o concerto que os esperava. Com os cabelos a balançarem e a cobrirem os rostos, a banda de garage rock tocou e fez saltar, com grande revolta, todos aqueles que assistiam. “Esganados!”, gritou-se, em tom de brincadeira, na plateia. A dupla de girassóis fez da noite de Rodellus um enorme sol de Verão.

Seguiu-se Fai Baba, que estava fora do seu país, mas parecia estar em casa. Vindo de terras frias, Fai Baba atuou, descalço, numa noite fresca de verão acompanhada com chuva miúda. Um concerto com uma mistura de emoções, acompanhada com solos que deixaram o público colado ao palco. Ouviu-se música para aquecer os corações, como “Nobody But You” e “Why Do I Feel So Alone”, que se fez ouvir com assobios suaves; mas também se ouviram músicas para aquecer o corpo, como “Find Me A Women”, que não deixou ninguém parado. Em inglês, admitiu ter sido “um prazer” estar no Rodellus. “Vemo-nos por aí”, disse, despedindo-se.

Hélio Carvalho/Rodellus

Hélio Carvalho/ComUM

Outro destaque da noite vai para a atuação dos Los Wilds. Pela reação do público em geral, o concerto surpreendeu. E muita coisa se passou: saltos no palco; rastas do vocalista a dançarem, o cabelo ora solto, ora apanhado; o mesmo vocalista a subir às colunas. Por duas vezes, Fidel foi ter com o público e todos quiseram tocar e fotografar. Do palco, ouviu-se um dos seus colegas dizer, em tom de brincadeira: “Jimi Hendrix!”. Na segunda vez, o vocalista saltou do palco, saltitou entre o público, pediu palmas e subiu os andaimes do palco. Selvagem com rock sempre pareceu soar bem.

E eles vieram provar que isso é verdade. Vindos de Madrid, com três elementos espanhóis e um brasileiro que estava “muito feliz por poder falar português”, mostraram o seu lado mais selvagem. Em “Cocaína” o público saltou, assobiou e mostrou-se animado. Num concerto destes não podia faltar o headbanging. Não restaram dúvidas que estávamos perante um concerto de rock’n’roll. Só faltou mesmo o moche.

O início da noite começou com a atuação dos The Japanese Girl, que estão em atividade desde 2013. Com um som poderoso entre o garage rock e o psycho low-fi, trouxeram um concerto intenso e ruidoso. Num dia com muitos artistas internacionais, os italianos Go!zilla também marcaram presença e mostraram o seu punk psicadélico de olhos fechados, e todos abanaram a cabeça e o corpo em sincronia. Ainda num clima potente, foi a vez dos bracarenses Pé Roto mostrarem o seu pesado metal. No final da noite, os Atomik Destruktor trouxeram trash metal e provocaram, finalmente, um moche neste Rodellus.

Durante toda a tarde, as temperaturas ainda permitiam que se apanhasse sol e se praticasse desporto ao ar livre. Numa tarde descontraída, com bebidas na mão, assistiram-se aos concertos dos restantes vencedores do concurso de bandas do Palco RUA. Os The Gypsies foram a primeira banda a atuar, e animaram o público presente. “Senhores Gypsies, mais uma!”, insistiu o público por várias vezes. Os Travo mostraram que para se fazer boa música não é preciso cantar, e já no fim da tarde, foi a vez de atuar a banda de rock The Eletric Howl, que veio da capital.