Entre 3 e 6 de Agosto, o parque da cidade de Vila Nova de Famalicão recebeu a primeira edição do festival Mel::Piquenique das Artes. A Devesa foi durante quatro dias palco de vários espetáculos artísticos desde a música, teatro e dança que se estenderam desde o início da tarde até ao final da noite.
“Queríamos fazer uma festa que puxasse à consciência, à relação que mantemos com o planeta Terra e o impacto que temos no meio ambiente. E as artes (como a música, o teatro, a literatura e a dança) são um meio privilegiado para abordar estas questões que nos afetam a todos.” Foi com esta vontade que a associação Elogio Vádio decidiu organizar o Mel. Um conceito simples, mas com muito para ser dito. A ligação entre o festival e a Câmara foi conseguida de imediato. O Parque da Devesa, pelos valores da ecologia e defesa do meio ambiente, casou perfeitamente com o conceito do Mel e proporcionou um cenário atraente para o piquenique, onde não faltaram visitas guiadas ao parque famalicense.
Foram dois palcos. Um grande, o Palco Mel, perto do lago e com um amplo espaço verde em volta. Outro, o Palco Devesa, mais pequeno, escondido do sol no meio das árvores. Entre eles estendiam-se mantas, redes e até bancos de troncos para descontrair e fazer os piqueniques.
“Um piquenique tem a ver com a relação de partilha e convivência e o intercultural, algo que Famalicão por ser uma cidade que liga outras cidades está habituada, pois recebe muita gente diferente.”, esclarece a organização. “Famalicão aceita toda a gente e há um cruzamento cultural.” Este cruzamento foi bem vinculado na escolha dos nomes que compuseram o cartaz. Houve de tudo um pouco: Rock português, Samba brasileiro, Danças africanas do Togo e do Reino Unido, Jazz luso-galaico, danças tradicionais da Chulada da Ponte Velha, Música argentina, sons cabo-verdianos e Folclore português centrado em lendas de princesas mouras.
A organização explicou que não existe uma segmentação no público alvo. “É para toda a gente, para todas as famílias.” E várias famílias apareceram ao longo do festival. As atividades da tarde foram as mais marcadas pelo ambiente familiar. Os teatros de marionetas tiveram lugar no palco Devesa e foram direcionados para um público infantil. Nos concertos e oficinas de final de tarde, o público familiar ainda dominava, mas não era invulgar aqueles que se aventuraram numa caminhada pelo parque pararem para escutar e participar na festa.
Os espetáculos noturnos foram os que mais público atraíram, mas o ambiente comunitário e de convívio manteve-se. A plateia foi bastante responsiva: cantava, dançava e as interações com o palco foram uma constante. Trocaram-se palavras e risos de um lado para o outro, começaram-se conversas e partilharam-se bebidas como se de um concerto entre amigos se tratasse.
Com a primeira edição do Mel encerrada a organização espera que continue nos próximos anos. “É para sempre. Até o mundo acabar”, brinca.