Ouvi falar do ComUM na primeira praxe em que participei (só participei noutra, portanto foi marcante), mas demorei um ano a entrar para a estrutura. Comecei por ser redator de Desporto, depois editor da mesma secção e, já no mestrado, fui diretor deste grande jornal online.

Antes de contar a história que aqui me trouxe, quero frisar isto mesmo: embora a gente se afaste, o carinho e interesse pelo ComUM ficam para sempre. Portanto, é com orgulho que vejo este projeto em constante crescimento. Isto porque, como foi dito anteriormente, o ComUM passou (e eu passei) por momentos em que quase caiu. Agora, caminha de forma adulta e isso, para quem já não vai para novo, é bonito de se ver.

Todas as experiências nos marcam, negativa ou positivamente, e se há coisa que pertencer ao ComUM nos dá são diferentes vivências, dificuldades para ultrapassar, mas também grandes episódios para contar.

Poderia aqui falar sobre os meus primeiros dias como diretor, quando o nosso já extinto, mas querido site foi invadido por hackers polacos. Daria uma bela peça de investigação, tentar descobrir o que raio alguém da Polónia quereria do ComUM.

No entanto, sou conhecido por só pensar em futebol – e bem, porque, como se vê, a maioria dos diretores e diretoras (é para ti, sucessora Raquel) vem do Desporto. Assim sendo, a história mais marcante, para mim, é dos meus tempos de redator desta secção.

Durante aproximadamente um mês, eu e o meu prezado amigo e colega Tiago Dias fomos ‘obrigados’, pelos nossos editores, a trocar de papéis: ele, sendo dos arredores de Guimarães, fazia as crónicas dos jogos do Braga; eu, sendo de Braga e do Braga, escrevia sobre as partidas do Vitória.

Aconteceu um facto curioso, do qual juro que não tive culpa: durante esse tempo, o Vitória não ganhou um jogo. Numa dessas ocasiões, o outro Vitória, de Setúbal, foi empatar a Guimarães (1-1), com um golo, no último minuto, do avançado William, que estava emprestado pelo…Vitória de Guimarães.

Este jovem estudante e jornalista declarou algo como “William traiu a casa-mãe” e recebeu, no site do ComUM, um comentário : “Traição? Vê-se logo que este é do Guimarães!”.

De facto, não sou, bem pelo contrário. Mas até soube bem sentir a ira dos comentários online, onde o pessoal acha que consegue sempre descortinar a cor política ou clubística de quem escreve. Além de ter sentido que cumpri bem o meu papel de jornalista imparcial.

É também por coisas como estas que o ComUM é uma escola e, ao mesmo tempo, uma espécie de reality show, porque só quem lá está ou esteve é que percebe como é.