Depois de Jay-Jay Johanson ter passado pelo Theatro Circo, foi a vez de Christopher Paul Stelling trazer o folk americano a Braga. O músico nascido na Flórida tem percorrido a Europa a promover o seu novo disco, “Itinerant Arias”, e actuou na passada terça-feira num concerto acústico que emocionou o público bracarense.
O cantor entrou em palco e foi recebido com grande aclamação. A sala aguardava, de forma expectante, o início do concerto e este deu-se com as músicas “Hard Work”, “Sleep Baby Sleep”, “Oh River” e “Revenge”. Mas mais ansioso que o público estava mesmo Stelling, que à segunda música já estava a pedir para ligarem as luzes da sala para admirar o Theatro Circo.
A forte chuva não impediu que dezenas de pessoas fossem assistir. Numa sala repleta de espectadores encantados com o charme americano, Stelling agradeceu a presença da chuva, revelando que estava consciente dos incêndios que aterrorizaram as populações nos últimos dias: “espero que toda a gente esteja bem”.
Diferindo do usual, o concerto foi realizado apenas pelo cantor, pois os restantes integrantes da banda “tiveram de ir para casa”, confessou este num tom melancólico, porém, brincalhão. No entanto, a presença só do vocalista tornou a performance ainda mais intima.
No escuro do Theatro, as luzes alaranjadas e cálidas ajudaram a criar o clima perfeito para um concerto acústico que se tornou bem forte. No meio de afinações e aplausos, a sua atuação constituiu uma coleção repleta de histórias, experiências e angústias transformada numa música quente e apaixonante.
“Já estou em tour há cerca de cinco anos mais isto… é emocionante”, confessou o cantor sobre o Theatro Circo, o local que o emocionou logo na primeira vez que esteve em Portugal, sendo esta a segunda vez que vem visitar o nosso país. “O ano passado vim ver José González, e pensei: ‘o que é que um gajo tem que fazer para tocar num sítio destes?’, e aqui estou eu!”
Christopher cantou, conversou e deliciou a audiência. O dedilhar do americano prendeu completamente toda a gente, cada música mais forte que a anterior. Não se notava nada que se estava perante um concerto acústico, porque não faltava ritmo e força à música de Christopher Paul Stelling.
No final de cada música, contou piadas e desabafos sobre as suas recentes viagens à Europa. Uma das mais tocantes centrou-se num concerto na Holanda, em que o cantor parou de tocar para falar com uma rapariga que estava a chorar; contaram-lhe que um grupo de amigos daquele bar tinha morrido no alto mar, e então Christopher decidiu terminar esse concerto com a música “Death Of Influence”. “Ainda hoje somos grandes amigos: ajudei-os a escapar por um dia àquela dor.”
O final do concerto trouxe algumas das músicas mais conhecidas, como “Castle” e “Horse”, temas que levaram o cantor a fazer mais de 200 concertos em todo o mundo. O final, comovente, deixou o Theatro Circo em pé a aplaudir o cantautor americano. “Espero um dia voltar”, disse, já no foyer do teatro bracarense.