Nas cidades que ladeiam a Universidade do Minho, os vencedores só têm dois nomes: Partido Socialista e Partido Social-Democrata. O PS manteve-se em Guimarães e Barcelos, o PSD em Braga e em Vila Nova de Famalicão. Fruto de cisões internas, a maioria absoluta só não chegou a Barcelos.

Ricardo Rio reforçou em Braga a maioria da coligação entre PSD, CDS e Partido Popular Monárquico (PPM). O atual presidente da câmara sobe para os 52% dos votos, face aos 46,7% de 2013. Já o PS de Miguel Corais desce na votação, conquistando apenas 28% – longe vão as percentagens de Mesquita Machado. A coligação “Juntos Por Braga” consegue sete vereadores, contra três do PS e um da CDU.

O último partido a conseguir um vereador no poder foi a CDU, com Carlos Almeida. Paula Nogueira, do Bloco de Esquerda (BE), fica de fora do executivo, assim como Armando Caldas, do movimento “Nós, Cidadãos!”.

Com 20 mandatos atribuídos, o PSD/CDS-PP/PPM foi a coligação mais votada para a Assembleia Municipal. Segue-se o PS com 12 mandatos, o PCP-PEV com quatro, e o BE com dois. Apesar de ligeiras diferenças no número de votos de 2013 para 2017, as posições mantiveram-se, à exceção do quarto partido mais votado que, em 2013, foi o partido “Os Verdes”, e em 2017 o BE.

Com a contagem dada como terminada, foi a vez do socialista de Guimarães Domingos Bragança reforçar a sua maioria, conquistando-a de forma absoluta no executivo municipal. Com 51,5% dos votos, o PS consegue seis vereadores, contra cinco da coligação Juntos Por Guimarães (PSD/CDS/MPT/PPM/PPV). Esta coligação reforçou também a sua votação, embora de forma marginal – pouco mais de dois pontos percentuais de diferença face a 2013. Para a Assembleia Municipal, os eleitores mantiveram as suas preferências. O PS ficou na liderança, desta vez com maioria absoluta, seguido pela coligação que integra os partidos PPD/PSD.CDS-PP.MPT.PPV/DC, pelo CDU e pelo BE.

Em Vila Nova de Famalicão, a vitória do PSD/CDS de Paulo Cunha foi retumbante: venceu com perto de 70% dos votos. Os oito vereadores eleitos pela coligação “Mais Ação, Mais Famalicão” juntar-se-ão aos apenas três do PS de Nuno Sá, que obteve cerca de 24% dos votos. Uma das medidas que Nuno Sá queria implementar era a instalação em Famalicão de um pólo da Universidade do Minho.

Na Assembleia Municipal as evoluções dos candidatos já mencionados foram paralelas. Os outros dois partidos com mandatos mantiveram as posições das eleições anteriores, contudo o BE aproximou-se da CDU reduzindo a diferença para 0,04 pontos percentuais.

O socialista Miguel Costa Gomes conquistou a câmara de Barcelos, mas perdeu a maioria absoluta do mandato anterior. Além de ter perdido perto de cinco pontos percentuais em relação a 2013, os votos dispersaram sobretudo para o independente Domingos Pereira, que conseguiu perto de 18% dos votos. Na Assembleia Municipal, o cenário foi o mesmo.

O PS de Barcelos viu-se num imbróglio que obrigou à intervenção da Direção Nacional para decidir que seria Miguel Costa Gomes o cabeça-de-lista na cidade. Domingos Pereira bateu com a porta e criou a lista independente “Barcelos, Terra de Futuro”.

Ana Maria Ramos e Rita Almeida