A sexta edição do Semibreve arranca amanhã, sexta-feira, e estende-se até ao final da tarde de domingo. O cartaz conta com cerca de 15 concertos e outras atividades culturais espalhados pelo Theatro Circo, GNRation, Capela Imaculada do Seminário Menor e Casa Rolão.
No ano em que Braga é candidata a Cidade Criativa da UNESCO em Media Arts, projeto que cruza arte e tecnologia e procura reforçar a cidade minhota como a referência nas Media Arts em Portugal, o festival bracarense assume-se como principal “força motriz” da candidatura. “Antes do Semibreve a oferta cultural em Braga era muito escassa ou nula”, conta Luís Fernandes, diretor artístico do festival. Luís argumenta ainda, que quando o festival começou ocorreu uma mudança na oferta criativa da cidade: apareceu programação no GNRation, o número de artistas na cidade cresceu e o próprio Semibreve cresceu. Apareceu assim o desejo de Braga como Cidade Criativa da UNESCO nas Media Arts. “Sendo o Semibreve um evento charneira que atrai público e press de toda a Europa, torna-se um agente muito importante na pretensão de ser Cidade Criativa”, revela.
O Semibreve procura aliar à componente performativa, uma componente pedagógica. Para isso, organizar-se-ão, na sexta-feira, visitas de escolas públicas de Braga, de todos os graus de ensino, às instalações do festival. “Pretendemos mostrar as instalações e as manifestações artísticas alternativas”, explica o organizador. O workshop com Lawrence English, no sábado de manhã, no Mosteiro de Tibães, é outra oferta pedagógica do festival e a organização ressalta que “é ótimo ter cá um especialista na música eletrónica que se disponibilizou para dar um workshop específico”.
A Casa Rolão, como já é habitual, receberá conversas com os artistas. “É uma oportunidade de o público ouvir os artistas falar sobre o seu trabalho e sobre temas à volta do universo da música eletrónica”, esclarece Luís Fernandes. No domingo Fis e Rabih Beaini falarão de performance na música eletrónica. Na tarde de sábado, a artista de 80 anos Beatriz Ferreyra, nome histórico na música eletrónica, dará a conhecer mais sobre a sua longa carreira.
No ano passado o Semibreve ganhou um novo espaço para concertos. As características arquitetónicas únicas e a beleza da Capela Imaculada do Seminário Menor atraíram a atenção da organização do festival bracarense que propôs à Arquidiocese de Braga uma colaboração. Tendo esta sido prontamente aceite. Este ano as portas do edifício voltarão a ser abertas para receber o concerto Steve Hauschildt, no sábado de tarde.
Deathprod, GAS, Visible Cloaks, Karen Gwyer, Blessed Initiative, Fis, Valgeir Sigurðsson e Laurie Spiegel são nomes que se estreiam em solo nacional na edição de 2017. “Tentamos sempre trazer artistas com espetáculos únicos que não se conseguia, de outra forma, experienciar em Portugal”, revela o organizador.
Os passes gerais para o Semibreve esgotaram em junho. “Isto mostra que as pessoas têm confiança nas nossas escolhas”, diz Luís Fernandes. O diretor artístico do festival acrescenta que é difícil destacar espetáculos num programa tão “coeso e equilibrado”. Contudo, afirma que “há concertos, como o de GAS na sexta-feira e Sigurðsson no domingo, que serão muito chamadores de público.”
O SEMIBREVE começa amanhã com os concertos de Visible Claks, GAS e Beatriz Ferreyra no Theatro Circo e Kyoka e Karen Gwyer no GNRation.