A Universidade do Minho (UM) homenageou o professor, escritor e Poeta Vítor Aguiar e Siva. A cerimónia decorreu ontem e contou com a presença do Ministro da Cultura. Contemplou também a inauguração da escultura “Artes, Humanidades e Engenharia”, de Raúl Freitas, instalada entre a biblioteca e o Instituto de Letras e Ciências Humanas (ILCH).
Vítor Aguiar, o mais recente honoris causa, título que lhe foi concedido pela Universidade dos Açores no passado dia 16, é professor catedrático do ILCH e já exerceu o cargo de vice-reitor. Autor de variados livros e professor convidado em universidades nacionais e estrangeiras, Vítor Aguiar foi fundador e diretor da revista “Diacrítica” e do Centro de Estudos Humanísticos.
A cerimónia, que teve inicio com a atuação da orquestra da UMinho, contou com a presença de Luís Filipe Castro Mendes, Ministro da Cultura, António M. Cunha, reitor da UM, assim como de João Cardoso Rosas, Tiago Miranda e José Teixeira, principais responsáveis pelo processo de construção da escultura inaugurada.
Luís Castro Mendes confessa ter presente a obra “Teorias da Literatura”, desde jovem, servindo-lhe esta como “fonte de um conhecimento incalculável”, atribuindo a este e a todos os restantes livros de Vítor Aguiar, o titulo de “suporte fundamental da transmissão da cultura”
Num contexto mais atual e abordado por todos os intervenientes, foi também de notar o descontentamento com a situação que assola o país, sendo mais do que importante apostar numa “economia circular”, que será, porventura, a única “maneira de defendermos a nossa humanidade e o nosso planeta.”
Ao homenageado faltaram-lhe as palavras, que prometeu serem “breves, mas comovidas”. Ainda assim, houve espaço para um agradecimento especial ao grupo DST, chefiados por José Teixeira, e qualificados como mecenas. Também ao reitor foi atribuída, neste fim do seu ultimo mandato, a referência do exemplo de modernidade no ensino e na investigação que constitui.
Foi logo depois de uma apresentação do ator António Fonseca que, no pátio exterior, junto ao ILCH, um dos prinicipais pontos de passagem do Campus de Gualtar que foi inaugurada a escultura “Artes, Humanidades e Engenharia”. Esta obra é resultado de um “entrelaçamento quântico entre a arte, a humanidade e a engenharia” e de uma confluência de saberes constatou Tiago Miranda.
Para o homenageado a peça de três metros de altura carrega consigo o poder da “metamorfose, não como sinal de morte, mas como sinal de vida nova”, tanto pelo facto de usar o novo material ASIC, resíduo da indústria siderúrgica que, a médio prazo, deverá substituir o tão comum cimento, como pelo livro situado no centro da mesma, que adquire todo um poder revolucionário e proactivo.