Depois do sucesso da primeira edição, a cidade bracarense abre portas a mais uma edição do “Braga em Risco: Encontro de Ilustração”. De 5 a 25 de novembro, o centro de Braga recebe várias exposições, oficinas de ilustração, entre muitas outras atividades que agradam miúdos e graúdos.

Vanda Elias/ComUM

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Este ano, há uma “maior eficácia na chegada à comunidade infantil”, o que proporciona uma “maior componente educativa e pedagógica”, diz Mariana Noronha, ajudante da organização no interior do edifício do Castelo. Conta ainda que os ilustradores realizam oficinas nas escolas, para além das que se realizam no edifício do Castelo.

Dessas oficinas resultam pinturas em micro-telas das crianças do primeiro ciclo do concelho de Braga, que estão expostas neste espaço. Nestes dias, as crianças, acompanhadas pelos seus pais ou professores, “vêm à procura da sua tela”, acrescenta. “Este encontro de ilustração distingue-se de um festival porque não há competição”, conclui.

O dia 11 de novembro ficou marcado pelo início das exposições no edifício do Castelo. Mesmo que não se faça sentir o outono na rua, certamente sentirá neste espaço artístico. À entrada, vê-se uma árvore despida, quadros na parede com elementos e tonalidades desta estação e uns post-it espalhados para quem se atrever a escrever o que quiser. “O outono é um inverno menino que ainda não sabe nadar”, pode-se ler, ao subir as escadas.

Vanda Elias/ComUM

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A arte e a criatividade fazem parte de cada divisão deste espaço. Pedro Seromenho organizou uma exposição coletiva de 22 ilustradores, denominada de “Braga 22×22”. Desta exposição fazem parte trabalhos de artistas como Sérgio Ribeiro, com a obra “Vendedor de Castanhas”, e de Sara Feio, com “Chá em Braga”, que quiseram mostrar o seu talento em representar o outono e o Minho.

Para além do nome do autor e da obra, podem-se ler as técnicas utilizadas nos trabalhos que traduzem a singularidade que define esta estação: o frio, o vento, a chuva, mas também o abrigo, o agasalho, a lareira. Um espaço onde todos podem ver e sentir a arte que o outono consegue proporcionar.

Ao longo da tarde, junto ao edifício, decorreu o “Mercado Ilustrado” onde alguns dos ilustradores do “Braga 22×22” estiveram presentes. Anabela Dias, ilustradora de obras infanto-juvenis, diz que, comparativamente ao ano passado, o programa deste ano “melhorou” e considera positivo terem “aproveitado” o edifício do Castelo.

Ainda no edifício do Castelo poderá encontrar muitas outras obras, como as de Teresa Cortez, que expõe os esboços e as originais ilustrações do livro “Balbúrdia”, onde brinquedos enchem um quarto e, um dia, ganham vida. Noutra divisão encontram-se as ilustrações de Sérgio Peixoto realizadas para o livro Teatro Vertical, escrito por Manuel Alberto Vieira. As ilustrações tinham em comum o preto e branco com elementos a vermelho.

Um risco fora de portas

Para além de artistas nacionais, também estiveram presentes exposições de artistas internacionais. Yara Kono, natural do Brasil, com ilustrações do livro “Imagem” e o trabalho de Anna Folarti com obras como “I libri di Malia” e “Le lenard et l’aviateur”. E pela primeira vez no Braga em Risco, os alunos do Mestrado em Ilustração Animação do IPCA (Instituto Politécnico do Cávado e do Ave) apresentam uma coletiva.

Sofia Ferreira e Adelaide Alves decidiram ir juntas ver as exposições do Braga em Risco. Em declarações ao ComUM, Adelaide refere que Sofia “desenha”, mas Sofia diz que “apenas” rabisca. Em relação à primeira edição, que ambas visitaram, Sofia compara: “este ano está mais preenchido”. “Os quadros do Braga 22×22 são muito bonitos, e também estou a gostar muito das escadas”, revela Adelaide.

Paula Sarmento, visitante “fascinada” por arte, veio a este encontro porque gosta de “criatividade humana” e interessa-se por “perspetivas diferentes”. Conta que, apesar de não estar ligada à área, gosta “muito” de artes plásticas e de ilustração. “Eu comprava e compro imensos livros. A primeira coisa que vejo são os desenhos”, afirma. Acrescenta ainda: “Parece que tenho quatro anos de idade quando vejo ilustrações”.

 

Vanda Elias/ComUM

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“Ilustrar Braga” pela manhã

Da parte da manhã do dia 11, foram muitas as pessoas que se juntaram no chafariz, na Avenida Central. Pouco depois da hora prevista, as pessoas aproximaram-se do mural onde se pode ler “BRAGA” para fazer acontecer arte. Com tintas nos pratos de plástico, com pincéis e com mini latas, as crianças divertiram-se a pintar e a desenhar em cada letra. Os mais velhos também se aventuraram a deixar a sua marca, neste que foi essencialmente um convívio entre crianças e os seus pais, apesar de qualquer pessoa que por lá passasse o pudesse fazer. Em poucas horas, ficou tudo colorido.

Vera Rodrigues, participante do evento, estava no chafariz, e tinha acabado de sair da oficina de risco de Marta Torrão, ao qual foi com a sua filha de dois anos para lhe passar uma “visão artística” que, como professora do primeiro ciclo, tenta “incutir” aos seus alunos. “Acho que estas iniciativas fazem falta”, conclui.

Até dia 25 deste mês pode encontrar, neste local, mais exposições, oficinas de risco e também apresentações de livros. E porque a arte se demonstra de diversas formas, a Casa dos Crivos recebe dia 17 de novembro o filme “Paula Rego, histórias e segredos” e no dia 24 de novembro o filme “Allegro non troppo”. Consulte o programa completo em: https://www.cm-braga.pt/pt/1301/home/agenda/item/item-1-6821