O Instituto de Ciências Sociais apresentou ontem a licenciatura em Proteção Civil e Gestão do Território, que entrará em funcionamento no próximo ano letivo. A oferta de uma formação que vem fornecer aos novos alunos “capacidades interdisciplinares”, num “país que não tem cultura de proteção civil”, mostra “a importância da natureza desta licenciatura”, afirma António Bento Gonçalves, docente do Departamento de Geografia.
Cinco meses após os incêndios de Pedrógão e um mês após o incêndio de Braga é o momento “oportuno de se fazer uma reflexão”, diz Helena Sousa, presidente do ICS. A nova licenciatura do instituto da Universidade do Minho pretende incluir “uma clara interação com a sociedade”, existindo a intenção de realizar parcerias que permitam aos alunos ter contacto com a realidade dos incêndios.
“A Câmara Municipal de Braga e de Guimarães já revelaram interesse em colaborar com esta licenciatura”, avança António Vieira, professor do departamento de Geografia. A licenciatura tem disponíveis 30 vagas e surge no seio do Departamento de Geografia, contando com a colaboração do Departamento de Engenharia Civil e outras seis unidades orgânicas.
Bento Gonçalves afirma que “só um pequeno número de ocorrências é responsável pela maioria da área ardida” e que existem “muitos incêndios por solidão” com o intuito “de atrair as atenções”, realça. O docente alerta para a necessidade de um “bom ordenamento do território” e de uma redefinição da localização dos corpos de bombeiros.
Os especialistas conhecem as características do solo português e dos incêndios que tem ocorrido em Portugal, segundo as características de cada solo “um novo incêndio terá um comportamento semelhante”, diz Bento Gonçalves, acrescentando que a Universidade do Minho está pronta para transmitir essas memórias e registos aos novos alunos.