“Freedom Child” é o nome do quinto álbum do trio irlandês The Script, lançado no dia 1 de setembro. Este projeto segue-se a No Sound With Silence, de 2014, e mostra-se um tanto banal e pouco original, parecendo-nos “mais do mesmo” relativamente a outras músicas que têm passado na rádio. Apesar disto, os The Script têm, sem dúvida, músicas que vale a pena serem ouvidas e apreciadas pela mensagem que passam, tendo em conta o mundo em que vivemos atualmente.
O single do álbum, “Rain”, é uma das músicas mais tocadas na rádio nos últimos meses, tendo até atingido o quarto lugar no “Official Charts Company”, na Escócia, e o terceiro lugar no “Dutch Top 40”. É bastante diferente do que estamos habituados a ouvir da banda; é bastante mexida e cativante. O single é entusiasmante e alegre, capaz de fazer qualquer pessoa cantarolar, bater o pé com a sua batida, ou até mesmo, dançar ao seu som. Quanto à letra, o que me vem à cabeça é apenas “comercial”, uma vez que é uma música com o tema do mesmo género que as outras milhares de músicas que passam na rádio todos os dias. A música escrita por James Barry, Camille Purcell, Mark Sheehan e Danny O’Donoghue, tem o enredo típico do relacionamento de um casal durante o verão. O rapaz foi deixado pela rapariga, mas não a consegue esquecer. “Tried to find shelter here in the arms of someone new but I’d rather be there under the covers just with you.”
O foco do álbum parece ser o ativismo político, o que, para mim, é algo de louvar. Todos nós temos uma voz capaz de marcar a diferença, mas nem todos temos a sorte de ser ouvidos. Quando uma banda ou cantor ou qualquer outra personalidade utiliza a sua plataforma para divulgar assuntos que têm de ser discutidos, os assuntos são realmente discutidos. A música “Devided States Of America” é um excelente exemplo disto. Na sétima canção, os The Script fazem proveito da sua fama e da sua voz para tratar assuntos como a vulgarização do uso de armas, “Another gun man running on the loose”, a participação de crianças nas guerras, “Another war child, tell me, what the fuck is going on?”, os escândalos com pessoas no Governo, “Another scandal from the man in charge” e a corrupção, “Another white collar criminal at large”. Estes excertos incentivam os ouvintes a mudar e a unir-se para termos um mundo melhor, o que, a meu ver, é realmente importante.
“Deliverance” é uma das melhores músicas no álbum, com o instrumental no refrão brilhantemente conseguido. No entanto, “Mad Love”, “My Arms Are Open”, “Love Not Lovers”, “Eden” e “Wonders”, apesar de terem uma melodia agradável, são apenas mais umas canções de amor básicas. “Make Up” é uma música de intervenção destinada a adolescentes inseguras na sua aparência, não muito diferente de outras canções que têm saído ultimamente.
A música que dá nome ao disco, “Freedom Child”, funciona como uma espécie de hino para as gerações atuais, pelo simples facto de ser inspiradora e motivante. A canção inspira-nos a encontrar um sonho e torná-lo numa realidade, “Find a dream, make it real”, e a não deixarmos que ninguém nos tire a liberdade de escolha e, acima de tudo, a liberdade de viver, “Don’t let them take your freedom, child”.
A minha música favorita no álbum é “No Man Is An Island” não só pela sua melodia e ritmo cativante – que estiveram presos na minha cabeça durante semanas – mas também pela sua letra. A canção afirma que um Homem não é uma ilha e, por isso, não deve estar sozinho, “No man is an Island. No one should be on their own”, apelando ao amor, o que, por mais cliché que seja, deve ser o nosso lema diário. A música pode jogar com “Devided States Of America”, na medida em que mostra que muitos dos problemas referidos na sétima canção podiam ser evitados com o amor.
Apesar de ter ficado um pouco desiludida com o facto de o álbum ser um pouco comercial, penso que a mensagem nas músicas e a maneira como as letras foram escritas compensam e fazem deste álbum algo positivo. Como já referi, este mundo precisa realmente de intervenção e de mudança. E que melhor maneira de mudá-lo do que através da música?
7/10
2017
Freedom Child
Columbia, Sony