O último dia de aulas foi sinónimo de último episódio das Dark Sessions. Num ambiente dedicado apenas aos apreciadores de techno, o Bar Académico (BA) recebeu cerca de 250 estudantes para completar a primeira temporada deste projeto bem recente.
Ao perceber que a música eletrónica não tinha a devida atenção em Braga, um grupo de cinco alunos da Universidade do Minho decidiu adaptar um conceito que ficaram a conhecer quando um dos criadores foi de Erasmus. As Dark Raves foram, assim, o mote para trazer o techno mais cru e puro, sem influências de house ou estilos mais comerciais, até aos estudantes da UM.
O objetivo destas festas, segundo os organizadores, é “ter um bom ambiente e que as pessoas gostem daquilo que vão ouvir”. A chave do sucesso não pode passar apenas por meter um artista bom, é “chegar a um ponto em que o artista deixa de interessar”, e o que prende as pessoas é a atmosfera.
A escolha dos artistas realça a atenção que os criadores do conceito dão aos estudantes do Minho. Tudo funciona à experiência. Os alunos têm a oportunidade de enviar o seu trabalho, para ser analisado e perceberem se resulta naquele tipo de ambiente. É importante eles “terem noção que podem vir aqui [ao BA] passar música techno e experimentar.” Esta última sessão contou com o primeiro DJ mais experiente, Yassine, residente no Gare Porto.
Desde a primeira sessão, que as Dark Sessions têm vindo a conquistar os estudantes da Universidade do Minho, encontrando um sítio onde se podem expressar e “apenas ouvir o som, sem estar a olhar para o lado”. Este grupo de jovens pretende explorar o lado mais dark, sem ser apenas um meeting social.
A divulgação dos eventos é feita num grupo fechado, mas não secreto, do Facebook, em que cada um pode dar a sua opinião e, até, votar na data mais adequada para cada sessão. Há a intenção de fazer com que as pessoas se sintam juntas e que “passem a palavra boca a boca, sem grande publicidade”.
Os criadores deste conceito preferem manter o anonimato, descrevendo-se apenas como “uns gajos que já estão há muito tempo na casa”. O único propósito deste secretismo é “criar autonomia na equipa”, sem haver uma associação às pessoas, mas sim ao projeto que elaboraram. A ideia é que os responsáveis vão rodando, sem alterar a forma como as coisas são feitas ou o conceito em si.
Apesar do sucesso consideravelmente grande do projeto, que conta com uma adesão média de cerca de 200 pessoas por sessão, mesmo não sendo numa noite académica, o lucro não está nos objetivos dos autores, mas sim a possibilidade de proporcionar uma noite com um conteúdo totalmente dedicado aos amantes de techno.