Foi com uma visita guiada pelo Palácio Vila Flor que o artista português inaugurou a exposição, que estará exposta até dia 21 de abril.

A exposição “Endless”, de Pedro Cabral Santo, foi inaugurada no passado sábado, no Palácio Vila Flor, em Guimarães. O autor expôs um conjunto de obras que tem vindo a realizar ao longo da sua carreira artística, e apresentou uma obra inédita intitulada “Comunidade”.

Sofia Summavielle/ComUM

O átrio do Palácio já se encontrava com algum movimento quando Pedro Cabral Santo se apresentou ao público. O artista agradeceu a todas as entidades envolvidas para a realização desta exposição e ao público presente, dizendo ser “um privilégio estar em Guimarães”. Conta que a exposição é “um conjunto de obras com quase 30 anos” e que a obra “Comunidade” é “uma peça exclusivamente feita para esta exposição”. O autor convidou o público a entrar e deu início à visita guiada.

Na sala ampla e intimista do piso 0, a exposição é composta por 13 obras realizadas ao longo da carreira de Pedro Cabral Santo, entre as quais estão expostas “Su Pressione”, “Ponto Azul” e “378 cm d’amour a Constanti”. O autor conjuga relações entre diferentes tipos de objetos e materiais, e dá prioridade a sentimentos que se formam em relações humanas intensas e intimistas. As suas obras devem ser lidas para além do óbvio e o artista garante que “há muitas coisas que se pode dizer com a arte”. Sendo esta exposição adequada a todas as idades, algumas crianças percorreram o local a dar a sua opinião, entre risos, do que retratava cada uma das obras expostas.

A obra mais recente, “Pinocchio è malato”, é uma escultura que representa uma criança com a cara deformada. Esta é de cor escura e encontra-se virada para a parede, de costas para o público. Pedro Cabral Santo explica que esta obra é “uma metáfora da verdade e da mentira” uma vez que no mundo atual, “a verdade e a mentira estão doentes” e em muitas situações o ser humano não as consegue diferenciar. O artista acrescenta, ainda, que é “uma tentativa com a arte, e pela arte, de alertar dentro de um determinado contexto”.

A grande revelação da noite ocorreu no piso 1 do Palácio, onde estava exposta a obra “Comunidade”, uma “instalação/site specificem” em que o artista presta homenagem a várias pessoas que influenciaram o seu percurso artístico. Pedro Cabral Santo conta que esta obra inédita é “uma peça com empenho de muitos artistas”, entre eles Ruy Otero, Catarina Correia e Rodrigo Bettencourt da Câmara. Em dois compartimentos retangulares, com iluminação mais forte que no piso 0, nas paredes estão expostas 37 telas sob um retângulo vermelho: algumas mais simples com recurso apenas a tinta e outras com frases, textos ou com a utilização de vários materiais como plástico, cinzas, vidro ou tecidos.

No final da inauguração, no átrio do Palácio, o público pôde comprar o livro da exposição “Endless”, de Pedro Cabral Santo, tendo um custo de 10 euros. O horário da exposição é de terça a sábado, das 10h às 13h e das 14h às 19h, com o custo de 2 euros. A mostra está patente no Palácio Vila Flor até 21 de abril.