Lisboa e Porto perdem mais de duas mil vagas com esta proposta. A exceção são os cursos de Medicina, Informática e Física.
Menos 5% das vagas nas universidades e politécnicos de Lisboa e Porto. É isto que, segundo o Público, o Governo está a propor aos responsáveis do ensino superior. A intenção é fazer com que mais estudantes se inscrevam em instituições fora destas cidades.
Fora desta redução ficam os cursos de áreas que o Governo considera críticas: Medicina, Tecnologias da Informação e Física. Áreas que já receberam tratamento excecional no concurso de acesso de 2017, quando foi autorizado o aumento de vagas, contrariando a regra geral de congelamento.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, afirmou, em entrevista à Antena 1 esta manhã, que a proposta é a forma de “tentarmos avançar com um novo esquema de regulação possibilitando ter mais estudantes fora” destes dois grandes pólos urbanos. O Governo quer, assim, que haja uma “pequena redução” das vagas “nos próximos dois anos”, com o objetivo de “ter mais estudantes de formação inicial gradualmente no interior do país.”
65% dos estudantes do ensino superior estão em Lisboa ou no Porto
O concurso nacional de acesso de 2017 abriu 21 mil vagas em Lisboa e Porto, distribuídas por seis instituições: Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Universidade do Porto e Instituto Politécnico do Porto.
No ensino superior público, 48% dos estudantes estão inscritos em universidades e politécnicos destas duas cidades. Somado o ensino superior privado, a percentagem de estudantes em Lisboa e Porto sobe para 65%.
A proposta de despacho do Governo necessita do parecer do Conselho dos Reitores das Universidades Portuguesas e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.