As comemorações do Dia Mundial da Poesia tiveram um toque diferente. O Coro Académico da Universidade do Minho organizou o "Canto dos Poetas", uma noite para cantar poemas, além de os recitar.
Decorreu na passada quarta-feira o recital de poesia “Canto dos Poetas”, organizado pelo Coro Académico da Universidade do Minho (CAUM). O espetáculo recebeu dezenas de pessoas na Reitoria e contou com a participação do Grupo de Poesia e da Tuna Universitária do Minho (TUM). O evento esteve inserida nas atividades do programa “Poesia ao Centro“, promovido pela Câmara Municipal de Braga.
O maestro dá as suas indicações e a magia começa. As 50 vozes harmonizadas do Coro Académico recebem-nos com “An irish blessing”, um poema tradicional irlandês, que imediatamente nos transportam para as montanhas do norte. Ainda nos poemas internacionais, o CAUM interpretou também o texto espanhol “Cantares”, de António Machado.
O recital é guiado pelo Coro Académico ao longo da noite, que vão pedindo aplausos e louvores à medida que as atuações decorrem. Apresentam a primeira colaboração do noite, “ O Menino de Sua Mãe” de Fernando Pessoa, recitado por Catarina Pinheiro com harmonias realizadas pelo CAUM. Este poema, bem conhecido e acarinhado por todos, impõe o silêncio no Salão Medieval da Reitoria, e o público acompanha toda a atuação atentamente.
É a vez do Grupo de Poesia da Universidade do Minho atuar sozinho. Este grupo, cuja presença é quase obrigatória numa comemoração do Dia Mundial da Poesia, entra alegre, e recita duas peças “não maçudas”, pois “a poesia nem sempre tem de ser maçuda”. Animam o público com “Ode ao futebol” e “Brasileirinho”, de Tássan, e deixam o palco seguidos pelos aplausos entusiasmados da plateia.
A Tuna Universitária do Minho junta-se, de seguida, ao Coro Académico, para abraçar calorosamente a noite com um poema de autoria da tuna, “O abraço acontece”. Estes acompanham também o Coro tocando o arranjo instrumental dos Trovante para o poema “Ser poeta”, de Florbela Espanca. Momentos acolhedores, que mais uma vez, invocam um lado mais libertador da poesia.
A noite acaba com o poema “Fé”, de Miguel Torga, onde o CAUM capta totalmente a atenção da audiência pela forma quase angelical que este é declamado. Despedem-se com agradecimentos e boa energia, tal como deixaram o público.