A banda lisboeta atuou na quarta noite da edição de 2018 do Enterro da Gata.
Os Capitão Fausto regressaram, um ano depois, ao Enterro da Gata para mais um concerto frenético. Domingos Coimbra, baixista da banda, conversou sobre a passagem da banda pelo Brasil e sobre o novo disco, com lançamento previsto para depois do verão.
Vocês atuaram no Enterro da Gata no ano passado. Qual a sensação de voltar?
Domingos Coimbra: É verdade. Estivemos cá o ano passado, mas em condições diferentes, pois na altura o Salvador estava com a mão partida e tivemos de dar o concerto com dois bateristas. Desta vez, viemos apenas nós os cinco. Acho também que é a primeira ocasião em que, no espaço de um ano, atuamos no mesmo sítio mais do que uma vez. Não tenho a certeza, mas acho que sim, pelo menos, no que consta a festas académicas. Por isso, estamos a sentir uma espécie de déjà vu. Esperamos sempre que os concertos sejam melhores do que os anteriores.
Mais recentemente, fizerem uma pequena passagem pelo Brasil. O facto de terem gravado o álbum no Brasil influenciou a sonoridade do disco?
Domingos Coimbra: As músicas foram feitas antes de irmos para o Brasil. Por isso, não necessariamente. Mas sentimos que as músicas que estávamos a fazer deveriam ser gravadas em solo estrangeiro, por diversão. Aliás, nós até convidamos alguns músicos locais para tocarem connosco em algumas músicas. Mas, na essência, o disco vai continuar a soar mais a Capitão Fausto do que a “Capitão Samba”.
Para quando o lançamento do vosso próximo álbum? Será que poderiam adiantar alguma informação a esse respeito?
Domingos Coimbra: Podemos adiantar que vai sair a seguir ao verão. Ainda não sabemos a data exata.
O que podemos esperar de vocês para os próximos tempos? Vão-se manter fiéis à sonoridade do último disco ou vão experimentar coisas novas?
Domingos Coimbra: Ao longo dos discos, há sempre algo em comum, pois somos sempre as mesmas cinco pessoas a fazê-los. É difícil não cairmos em lugares comuns nas músicas que escrevemos. Contudo, é sempre interessante não nos repetirmos. Por isso mesmo, este disco vai ser diferente do anterior. Bastante diferente.
O que acham da atualidade da música nacional?
Domingos Coimbra: É curioso. Este ano, tenho reparado que nas festas académicas há uma percentagem maior de músicos portugueses, se compararmos a anos anteriores, em que observávamos os recintos saturarem ao som dos clássicos DJ’s. Não tenho nada contra música eletrónica, mas acho que estas festas estão a apostar cada vez mais em bandas portuguesas. Portugal foi afetado pela globalização cultural e hoje faz-se um bocadinho de tudo no mundo da música.
Têm surgido bastantes festivais com foco exclusivo em música portuguesa. Consideras este um fator importante no crescimento da música nacional?
Domingos Coimbra: Sim, é verdade. Têm surgido muitos festivais desse género nos últimos tempos e acho que é algo muito importante para a música portuguesa.
Queres deixar algum conselho aos jovens académicos que vos seguem?
Domingos Coimbra: Quero. Que acabem o curso, como eu. Aconselho sempre a estudar porque é algo incrível e que vale sempre a pena. Aproveitem os anos que têm, estudar só não tem graça nenhuma. Bebam uns finos!