De volta ao Minho e ao Centro Cultural Vila Flor (CCVF), mas desta vez para sala esgotada. Angel Olsen brinda à nostalgia de temas antigos e aos que ainda estão por fermentar.

Sozinha, de guitarra posta e com um copo de vinho tinto ao lado, eis Angel Olsen. O quase despido palco do grande auditório do CCVF parece assustador para uma só pessoa, mas Angel não se deixa ficar.

Angel Olsen

Carolina Ribeiro/ ComUM

As projeções no background lembram o luar e os holofotes incidem suavemente na face de Olsen. Na noite do 13 de maio é quase como se de uma aparição se tratasse. Mas para a artista não é esse dia que se festeja: “Hoje é o dia da mãe para toda a gente? Para mim é.” Entre acordes conta que neste dia lembra-se da sua gata, a Violet. No fundo é só uma desculpa, admite: “Eu tenho sempre de falar sobre ela em algum momento dos meus concertos. Ela faz parte da minha vida”.

Formalidades à parte, o gelo foi quebrado. “Eu não vim aqui para cantar a Shut Up Kiss Me”, avisa. E não veio mesmo. Foi em primeira mão que se ouviu “Sans”, tema do álbum “Phases”, editado em novembro de 2017. “Can’t wait to see you, baby”, canta repetidamente. E a plateia não podia esperar mais. Os bilhetes para o concerto estavam esgotados desde janeiro e percebe-se o porquê. A artista norte-americana é recebida com vários aplausos e pelo calor do público. É como aquela amiga que desaparece durante uns tempos, mas quando volta é recebida com um abraço apertado.

Angel Olsen

Carolina Ribeiro/ ComUM

“Vocês vieram aqui para chorar não foi”, pergunta Angel. Uma viagem ao passado trouxe de volta músicas como “Lonely Universe” e “Unfucktheworld”, mas se as letras nos transportam para um mundo solitário e frio, as gargalhadas de Olsen devolvem-nos a alegria e enchem-nos o coração.

Buscar temas ao fundo do baú parece arriscado, mas assentou que nem uma luva à menina do Missouri. “Gostei mais deste concerto do que do concerto no Primavera Sound, pois foi mais próximo e mais intimista”, revela Marta Alves. “Se ela tivesse tocado músicas mais conhecidas teria sido diferente”, remata. Óscar Santos afirma que foi um concerto “de ficar com a lágrima no canto do olho” e que para a próximo levará também um copo de vinho para acompanhar. Angel Olsen revisitou os álbuns “Half Way Home” e “Burn Your Fire For No Witness” e deixou a saudade no ar.

Angel Olsen

Carolina Ribeiro/ ComUM

Na hora de dizer adeus a Guimarães ouve-se: “Won’t you open a window sometimes?”. E a janela fica aberta para um futuro regresso. A viagem por Portugal continua com mais duas datas marcadas em Lisboa, no Teatro da Trindade – também com lotação esgotada.