Nos dias que correm é cada vez mais importante a participação ativa dos alunos na vida da própria escola, nesse sentido surge o Núcleo de Estudantes de Arquitectura da Universidade do Minho (NEAUM). Desta forma é criada uma nova forma de dar voz e apoio a todos aqueles que representamos.

Uma das premissas é dotar os alunos de novas competências, tanto a nível formativo como a nível social e humanitário, algo que considero essencial, tanto quanto Seres Humanos, como futuros Arquitetos. Atualmente são valorizadas, aquando do final do curso, as experiências pessoais de cada um e cada vez mais é tido em conta um currículo com experiências pessoais que dotem os recém-formados de capacidades humanas, algo que só é possível transmitir em ensino não formal. É neste sentido que o plano de atividades do NEAUM foi desenvolvido, e é este que considero ser o caminho dos núcleos na representação juvenil.

Acho importante frisar o carácter voluntário dos dirigentes associativos dos núcleos da Universidade do Minho, alunos que muitas vezes abdicam e fazem esforços pessoais e académicos em prol dos colegas, saindo muitas vezes de certa forma prejudicados academicamente.

Uma das maiores dificuldades enquanto núcleo é a ação exigida a um núcleo de estudantes para conseguir desenvolver atividades, formações, workshops, que sejam do interesse do maior número de alunos, de forma a completar as formações académicas de cada um. Simultaneamente é um desafio conseguir motivá-los à participação nas mesmas, quando existe um calendário extremamente preenchido pelas unidades curriculares.

Valorizo diariamente a abertura que encontro da parte da presidência da Escola de Arquitetura (EAUM) para qualquer assunto abordado pelos alunos, para uma resolução o mais breve possível dos problemas existentes, algo que não acontece com outros núcleos. No entanto, sinto que, enquanto dirigente mas também enquanto aluno, a boa vontade da presidência da EAUM não basta, devido aos múltiplos processos existentes da parte da Universidade do Minho para resolução de questões muitas vezes simples, que interferem com demasiada burocracia. Cabe-me aqui demonstrar o desagrado pela burocracia, muros criados que não facilitam o nosso “trabalho”, e criticar também, em conformidade com outros núcleos existentes na Universidade do Minho, questões relacionadas com a falta de condições infraestruturais para a existência dos núcleos, criação impulsionada pela Universidade do Minho e não sustentada aquando de necessidade.

Urge também a necessidade, a meu ver, de um maior apoio da parte da Associação Académica da Universidade do Minho, em questões burocráticas como revisões estatutárias, candidaturas a fundos nacionais, representação dos alunos e na organização de atividades. Este esforço de apoio tem sido notável da parte da AAUM, no entanto ainda há um longo caminho a percorrer para que este “trabalho” enquanto dirigentes associativos seja mais fácil de exercer e que desta forma nos preocupemos cada vez mais com o interesse dos alunos e não em perceber como funcionam tantas burocracias, que muitas vezes absorvem muito tempo dos dirigentes dos núcleos. Considero ainda importante frisar que os dirigentes associativos dos núcleos muitas das vezes têm a sua primeira experiência com associações juvenis aquando da inserção de uma lista aos órgãos sociais de um núcleo e, tendo isto em conta, torna-se difícil fazer um mandato produtivo para o interesse dos alunos, enquanto se percebem todas as burocracias necessárias.

Desta forma considero que é urgente a criação de pontes e não de muros, que facilitem o “trabalho”, sendo este o caminho para que consigamos ter uma voz forte aquando de decisões que nos afetam frequentemente, ao mesmo tempo, apelo ao especial interesse da parte da Universidade do Minho, bem como da Associação Académica da Universidade do Minho, para apoiarem os núcleos que diariamente se debatem com burocracias e processos, existindo demasiadas perdas de tempo, quando este se deveria focar no percurso académico dos nossos Estudantes tentando melhorá-lo dia após dia.