O rapper foi o concerto alto do segundo dia do festival, além das bandas no palco mais escondido do recinto.
O segundo dia do NOS Primavera Sound trouxe nova enchente ao parque da cidade do Porto. A$AP Rocky e The Breeders dominaram o palco principal, enquanto que os concertos no palco Pitchfork encheram e surpreenderam muitos dos festivaleiros.
Começamos com a surpresa do dia. Os britânicos Idles foram uma bomba de energia logo no início da tarde, com o seu rock pesado e berrado. Críticos contra o Brexit e sentidos por Anthony Bourdain, a banda correu pelo passadiço do palco, com o guitarrista inclusive a saltar para o público, entre os moshes que se realizavam.
(Pode consultar a cobertura do primeiro dia aqui, e a entrevista a Moullinex aqui)
As veteranas The Breeders foram um concerto de respeito mais do que outra coisa. O público quis apreciar as músicas clássicas do álbum “Last Splash”, de 1993, saltando mais para “Cannonball”. Kim Deal soltou algumas palavras do seu português e agradeceu o calor português no último concerto da tour.
O concerto mais esperado da noite foi do norte-americano A$AP Rocky, que veio apresentar o seu mais recente álbum, “Testing”. Chegou atrasado, criou antecipação com músicas gravadas, mas quando chegou fez saltar o público que estava no palco principal. O fogo que literalmente emanou do palco fez aquecer as caras. Não que precisassem das chamas. Moshes e lágrimas de alguns marcaram um concerto que mostrou que o hip-hop pertence a este NOS Primavera Sound.
O concerto de A$AP Rocky, no entanto, não estava completamente cheio. O palco Pitchfork, rodeado de árvores, ficou lotado para Unknown Mortal Orchestra. Liderados pelo elétrico Ruban Nielsen, que se atirou para o público de guitarra na mão na segunda música, mais tarde voltou lá para o meio a cantar. O novo álbum, “Sex and Food”, esteve presente, mas foram músicas mais velhas como “Multi Love” e “Can’t Keep Checking My Phone” que fizeram do concerto dos neo-zelandeses mais memorável (e mais longo) que a sua visita a Paredes de Coura em 2016.
Mas o palco Pitchfork não deixou as surpresas por aqui. O jovem George van den Brock dos Yellow Days ajudou a baixar os corações que vinham aos pulos do concerto de Idles, mas foi a ainda mais jovem vocalista japonesa dos Superorganism que surpreendeu. Orono Noguchi, de 17 anos, levou os festivaleiros a uma sessão de dança do outro mundo. Do outro mundo, porque as projeções espaciais atrás da banda multinacional ajudaram ao espetáculo. No final, o público não parava de cantar “Everybody Wants To Be Famous”.
Vince Staples e Thundercat também foram muito badalados pelo público, especialmente o segundo, conhecido por ter tido um papel fulcral no álbum “To Pimp A Butterfly”, de Kendrick Lamar.
Nota ainda para os barcelenses Solar Corona e Black Bombaim, que abriram o dia para o resto do cartaz. Grizzly Bear e Fever Ray passaram pelo palco Seat, embora as luzes e os disfarces das Fever Ray não tiveram muito impacto no público.