Investigadores acreditam ser possível acabar de forma natural com uma das doenças mais comuns na fase pós-colheita. A descoberta resulta de um trabalho com maçãs de pomares da Tunísia.
Os cientistas do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho, em parceria com a Universidade de El Manar da Tunísia, descobriram uma nova espécie de fungo que pode vir a acabar com a doença que origina a podridão nas maçãs. O novo fungo, Penicillium tunisiense, apresenta a caraterística particular de não infetar nem apodrecer o fruto.
Os investigadores consideram que a descoberta, para além de poder “vir a ser muito útil” para pôr fim a doenças em maçãs, permite “evitar o uso de pesticidas e produtos químicos”.
A podridão do bolor azul (Penicillium expansum), responsável por causar grandes prejuízos nos frutos, pode ser combatida pelo novo fungo devido a não produzir patulina, uma micotoxina que contamina alimentos, em particular, a maçã.
O responsável pelo Laboratório de Micologia Aplicada, Nelson Lima, adiantou à RUM que a ausência desta toxina pode ser “a peça chave” para se conseguir travar a deterioração das maçãs e fazer com que estas tenham mais qualidade.
No entanto, por agora, não é prioritário para o laboratório o desenvolvimento desta investigação. O trabalho conjunto dos investigadores do CEB e da Universidade de El Manar está armazenado e disponível, juntamente com mais 750 espécies, no catálogo da MUM – Micoteca da Universidade do Minho.