Investigador da Universidade Minho recebe bolsa de um milhão de euros para investigar complicações pulmonares. O projeto do premiado esteve a concurso com mais de 700 candidaturas.
Na primeira edição do concurso “Iniciativa Ibérica de Investigação e Inovação Biomédica, i4b’’, o projeto liderado por Agostinho Carvalho foi distinguido com uma bolsa de um milhão de euros. A iniciativa da Fundação “la Caixa” e da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) teve 785 candidaturas e 20 premiados, sendo oito de Portugal, que receberam cinco milhões no total. O projeto de Agostinho Carvalho conseguiu o financiamento máximo disponibilizado neste concurso por ter um caráter transdisciplinar.
O objetivo da proposta apresentada pelo investigador passa por identificar novos biomarcadores que mostrem a suscetibilidade das pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica para desenvolverem uma reação alérgica ao fungo Aspergillus, que está presente no ar que respiramos.
O cientista do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho tenciona implementar abordagens de medicina de precisão, em que determinado teste de diagnóstico ou terapia pode ser aplicado ao perfil de cada pessoa. Deste modo, melhora-se a prevenção, a identificação e o tratamento da doença pulmonar obstrutiva crónica. Segundo Agostinho Carvalho, ao mesmo tempo, pretende-se também “recuperar a qualidade de vida dos doentes”.
A aspergilose pulmonar crónica afeta, todos os anos, em Portugal, milhares de pessoas que padecem da doença pulmonar obstrutiva crónica e mais de 250 milhões em todo o mundo. Para o investigador, os elevados valores de mortalidade provocados por esta infeção devem-se “à inexistência de terapias antifúngicas adequadas”.