Quatro dias de festa em Paredes de Coura terminaram com um daqueles concertos que ficam para a história. Os Arcade Fire voltaram ao recinto onde foram felizes em 2005, desta vez com equipamento até encher as traseiras do palco e camiões só para trazer os seus ecrãs de LED’s. Mas não foram a única parte boa deste Paredes de Coura.
Poucos foram os momentos esquecíveis e os concertos dispensáveis. Muita foi a festa, a agitação, a energia e a descoberta de novos nomes. Fica uma edição de 2018 que compensou um cartaz de muitas novidades com concertos de ovações em pé, e 13 nomes portugueses que não deixaram de marcar o seu lugar na Praia Fluvial do Taboão.
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Os Big Thief foram uma das grandes surpresas do festival, tocando emocionantemente para a sua “maior audiência de sempre”.
Os lendários Slowdive, com quase três décadas de carreira, voltaram a dar um concerto memorável, como já o tinham feito em 2015.
O concerto de Arcade Fire foi tudo, em Coura. Os canadianos encheram o anfiteatro natural de Paredes de Coura para um concerto histórico.
Os Linda Martini voltaram pela quarta vez ao palco de Paredes de Coura, atuando no primeiro dia do festival.
Energéticos e de tremer o chão, os Shame soltaram os moshs e o crowdsurfing numa tarde de agosto na praia fluvial do Taboão.
Mas moshs não são para todos nem para toda a música. A estreia da música tranquila de Lucy Dacus levou as famílias de Coura a apreciar a americana.
Contaram com a presença de Mark Lanegan, mas os portugueses Dead Combo não precisavam dele para darem um grande concerto instrumental no último dia.
Com enorme carisma e um fato que todos desejamos ter, Myles Sanko queixou-se do pouco tempo disponível, mas não deixou de distribuir amor.
O concerto de Skepta não deixou de ter os seus problemas, e até acabou mais cedo. Mas a legião de fãs apareceu apetrechada para ir para a frontline e beber da energia do rapper.
Um dos nomes grandes do cartaz deste ano, os Fleet Foxes deram um concerto morno e demasiado tardio, mas o público não deixou de se deliciar com êxitos como “White Winter Hymnal”.
É mais difícil descrever o nome da banda que os concertos dela. Moshs. Crowdsurfing. Pó a voar. Assim foi mais um concerto de King Gizzard & The Lizard Wizard.
O palco secundário esteve recheado de grandes nomes e bandas emergentes. O projeto Japanese Breakfast, de Michelle Zauner, foi um dos concertos que encheu a tenda do palco Vodafone FM.
A estreia de Marlon Williams foi cheia de sorrisos. O neo-zelandês atuou para uma plateia quase cheia de final de tarde, e até deixou voz para um fado.
Não cabia nem mais uma cabeça para ver Pussy Riot. O concerto das famosas ativistas anti-Putin foi mais em torno da mensagem, do que da música.