A não acreditação dos cursos e a forte diminuição do número de alunos ditou o encerramento da Escola Superior Artística de Guimarães. A instituição estará aberta até 2021 de modo a que todos os alunos possam concluir os seus ciclos de estudo.

A Escola Artística Superior de Guimarães (ESAG) vai encerrar em 2021, permanecendo aberta apenas com os alunos já matriculados. A quebra do número de estudantes e as ilegalidades na composição do corpo docente explicam a decisão tomada pela Agência de Avaliação e Acreditação para o Ensino Superior.

Depois de lhe ter sido negada uma nova acreditação a 15 de maio, o instituto politécnico não voltou a abrir vagas para o próximo ano letivo. Em declaração ao Público, o diretor Paulo Ribeiro afirma que “a licenciatura de Grafismo Multimédia, que tinha alunos, também não foi acreditada”, algo que desencadeou uma forte oposição por parte do corpo docente.

No ano letivo de 2017/18, a ESAG terá recebido apenas 62 alunos, sendo que só dez deles se inscreveram no primeiro ano de licenciatura. Os dados sentenciam o rumo da escola que, desde o ano letivo de 2010/11 (119 alunos), tem registado um decréscimo no número de alunos, apesar de registado um aumento em 2016/17 (81 estudantes), comparativamente a 2015/16 (79 inscritos).

O instituto politécnico, instalado em Guimarães desde 1983 e que pertence à Cooperativa de Ensino Superior Artístico do Porto (CESAP), apresenta “sinais de degradação”, com “instalações desadequadas”, “relatórios de atividades deficientes” e sem estrutura de investigação, para além de ter um “número de alunos baixo, que continuava a diminuir”, justificando assim Alberto Amaral, presidente da A3ES (Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior), a decisão tomada.

Alberto Amaral explica que a instituição não tem meio para sustentar o corpo docente na sua total conformidade, uma vez que não há alunos que paguem as propinas- valor anual para as licenciaturas ultrapassava os 3.500 euros e o valor total para os mestrados rondava os 4.500 euros. “O corpo docente não cumpria as condições legais. Os docentes trabalhavam a recibos verdes, mas a lei exige um corpo docente contratado”, afirma o presidente da A3ES ao jornal Público.

Planos previam mudança de instalações

A instituição estaria já á procura de novas instalações para substituir as que ocupa desde 1984, num processo que estava a ser acompanhado pela Câmara Municipal de Guimarães, revelou Paulo Ribeiro.

Com o fecho da ESAG, o ensino superior na cidade de Guimarães fica concentrado apenas na Universidade do Minho, que acolhe cerca de 6.500 alunos, divididos pelos campus de Azurém e de Couros e no Avepark do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, localizado na zona norte do concelho.