Hot Summer Nights, não é mais do que um cliché. Não é um filme que se despreze, mas não se destaca no meio de tantos outros da mesma variedade. É leve e não traz grandes emoções, mas acaba por entreter e satisfazer a vontade de quem pretende relaxar a ver um filme.
Elijah Bynum, que se estreia como escritor e realizador, pretende realçar a ligação entre um típico rapaz estranho, Daniel (Timothée Chalamet), e o mais que comum rebelde, Hunter (Alex Roe). Conectados inicialmente pelo negócio da droga, mais tarde desenvolvem uma certa amizade. Não diria que seja das melhores duplas feitas em ecrã, na verdade, os atores falham em demonstrar uma relação pura e autêntica. Falta-lhes mais vulnerabilidade e química.
O argumento baseia-se na adrenalina e no risco do negócio da droga, mas também no prazer que esta consegue dar. Acredito que, de certa forma, Hot Summer Nights pretenda passar uma mensagem subliminar aos jovens que se envolvam nesta situação – quase para dar a entender o que pode correr bem ou mal.
Como protagonista, Daniel por Timothée Chamalet, sensibiliza-nos em algumas cenas ao longo do enredo. Não diria que consigamos identificar-nos com a personagem em todo o seu percurso, mas somos capazes de entender o que ela sente. Em certos momentos, conseguimos ter sentimentos de pena e compaixão para com o protagonista.
Ainda a nível das personagens, é importante mencionar Amy interpretada por Maia Mitchell, a namorada do tão fora da lei, Hunter. Apesar de dar um certo interesse um romance entre uma menina “aprontadinha” e um dealer, a ligação entre estes dois parece forçada e sem qualquer tipo de empatia. O seu único propósito parece ser para tentar passar a imagem de que um rapaz como Hunter consegue ser alguém sensível e emocional.
Em contrapartida, vemos a ligação entre Daniel e McKayla (Maika Monroe), que comprova ser mais credível e intensa. Ainda que seja a típica relação entre a rapariga inalcançável e o rapaz introvertido, evidencia mais genuinidade do que presenciamos em muitos outros trabalhos cinematográficos do género.
Um ponto interessante no filme é que este é narrado por um jovem rapaz, que não se encontra presente durante a história. Esta escolha peculiar de Elijah Bynum tenciona revelar que apenas sabemos a história como ela é contada a partir dos boatos e rumores que se fazem ouvir.
Algo que corta a atração ao filme é a forma como o enredo se atravessa. Acontece tudo muito rápido. Parece não fluir de uma forma suave e constante.
Já as cores vibrantes que fazem transparecer no ecrã, quer seja nos cenários ou nos figurinos, conecta-nos à década de 90, onde a narrativa toma lugar. Este aspeto expõe um lado estético e cativante às cenas.
O que mais surpreendeu no filme foi definitivamente o final. É aí que presenciamos o clímax da história e ficamos colados ao ecrã. É um fim fora do comum em filmes do género, que provoca algumas questões no expectador acerca do porquê de terminar de tal forma.
Em suma, a estreia de Elijah Bynum no grande ecrã traz um filme comum e nostálgico. Hot Summer Nights é uma história que não permanece na nossa memória durante muito tempo. Não traz nada de novo, serve talvez o propósito de entreter durante um sábado à tarde.
Título Original: Hot Summer Nights
Realizador: Elijah Bynum
Argumento: Elijah Bynum
Elenco: Timothée Chamalet, Maika Monroe, Alex Roe, Maia Mitchell, William Fichtner, Thomas Jane
EUA
2018