Dez de setembro de 2016. Faz hoje precisamente dois anos que não consegui entrar na Universidade do Minho, no curso que tanto queria, por apenas… duas centésimas. No entanto, estava longe de ser o fim de um sonho, já que ainda me podia candidatar à segunda fase. Aí já fui feliz. Feliz, mas ainda bem longe de saber o que me esperava.

Quem entra em Ciências da Comunicação na academia minhota fica a saber o que é o ComUM numa sessão de acolhimento dos novos alunos promovida pelo Instituto de Ciências Sociais e pela direção do curso. Mas não foi assim que o conheci. Como ingressei na segunda fase, não tive a oportunidade de ir à apresentação inicial. Foi apenas através de um dos meus novos colegas que soube o que era o ComUM.

Desejoso de ter uma experiência nesta área, entrei sem hesitações no jornal do curso. Encontrei um conjunto de alunos com vontade de aprender, de ensinar e de fazer evoluir o jornalismo académico. Cada um com o seu cargo. Além disso, a sua organização surpreendeu-me. Pensava eu que por ser um meio de comunicação social gerido exclusivamente por, aparentemente, jovens inexperientes, faziam-se uns trabalhos engraçados, mas nada de muito sério. Não podia estar mais enganado!

O estatuto editorial diz que “o ComUM não confunde a sua natureza não profissional com falta de profissionalismo”. Esta frase define na sua plenitude o que é o ComUM. Trata-se de uma estrutura capaz de fazer inveja a alguns meios de comunicação social profissionais. Os dois prémios Fernando de Sousa e os dois ObCiber´s conquistados pelo ComUM, no âmbito de jornalismo académico, são exemplos disso mesmo.

Todos sabemos que o jornalismo, de forma geral, está mergulhado numa crise muito complicada. Todos sabemos que o jornalismo deambula por terrenos pantanosos. No entanto, todos temos a vontade e a missão de contribuir para que esse ciclo se inverta, por muito que pareça vicioso. Todos temos a vontade e a missão de colocar o jornalismo na rota certa, de colocar o jornalismo a navegar por águas límpidas, apesar de termos a noção de que não faltam agentes poluentes pelas diferentes marés existentes pelo país e pelo mundo fora. Para isso, é importante começar desde a base, bebendo dos bons exemplos – também os há e não são assim tão poucos como muita gente quer fazer parecer – para que o jornalismo se torne numa fonte pura de informação, apesar de muita gente achar uma utopia.

No ComUM, a missão, de ano para ano, é continuar a inovar, sem nunca esquecer o que nos fez chegar até aqui. Por isso, agradeço, em nome da nova equipa, a todos os diretores, editores e redatores, que, com maior ou menor contributo, ajudaram a tornar o ComUM no melhor jornal académico do país. Acredito que seja ousado dizê-lo desta forma, mas não escrevia esta frase se não fosse a minha convicção, que é partilhada por muita gente.

Costuma-se dizer, popularmente, “ano novo, vida nova”. No ComUM, o mais indicado é dizer “ano novo, mesma missão”: aprender, formar e libertar.