Associação mostra-se indignada pela ausência de locais para estacionar velocípedes na cidade bracarense. Até 2025, a autarquia pretende ter pelo menos dez mil lugares de estacionamento.
A Associação Braga Ciclável tece críticas à autarquia pela instalação e posterior remoção de bicicletários, que tem vindo a ser recorrente ao longo dos anos. Propõe, ainda, que se tomem medidas que permitam dar condições favoráveis a quem use a bicicleta como meio de transporte regular.
O Braga Ciclável refere que ocorreram situações recentes de desaparecimento de estacionamentos para bicicletas na cidade, como o caso da Rua Nova de Santa Cruz, onde no decorrer das últimas obras foram “retirados quatro bicicletários que existiam nas imediações da rotunda da Universidade”. Diz também que os estacionamentos não voltaram a ser repostos depois de concluída a obra. No Parque de Exposições, agora Fórum Braga, também foram “eliminados 10 bicicletários, sem qualquer justificação, ao lado de uma via pedonal e ciclável”.
A Associação acusa, ainda, que as propostas vencedoras dos orçamentos participativos de duas juntas de freguesia do centro, relativamente à colocação de bicicletários, “continuam com a sua execução bloqueada, sem nenhuma razão válida”.
A 6 de maio de 2013, no seguimento da Proposta Para Uma Mobilidade Sustentável, surgiu em Braga um dos primeiros bicicletários em U invertido, mais precisamente no Rossio da Sé, um destino frequente não só para os bracarenses, mas também para turistas nacionais e estrangeiros.
No entanto, passados uns dias, segundo a Associação Braga Ciclável, o estacionamento foi removido, sem que voltasse a ser reposto noutra localização próxima. De acordo com a Associação, uma fonte ligada ao gabinete da vice-presidência da Câmara Municipal de Braga, afirmou “que haviam, entretanto, recebido um parecer negativo do IPPAR – Instituto Português do Património Arquitetónico (atualmente integrado na DGPC – Direção-Geral do Património Cultural) relativo à instalação daqueles bicicletários no Rossio da Sé”. A entidade entendia que os bicicletários não tinham lugar na zona. Tal não se verificou com o estacionamento automóvel, que foi aprovado e até mesmo reservado para quem estivesse “ao serviço da Sé”.
“O que prejudica mais o património, dez carros (que é como quem diz, mais de dez toneladas e muita poluição sonora, visual e ambiental) ou dez bicicletas (cerca de 100 quilos – com passageiro! – e zero poluição)? A resposta é óbvia”, refere a Associação.
Até 1 de janeiro de 2025, data que Ricardo Rio propôs para alcançar a meta dos 10% de quota modal, há a implicação de terem que ser instalados quase 5 mil bicicletários, ou seja, cerca de 15 por semana.
A Associação Braga Ciclável propõe que se tomem medidas rápidas e eficazes para tentar resolver este problema e proporcionar condições favoráveis aos utilizadores regulares de bicicletas. “É que não basta discursar e declarar intenções políticas, é preciso colocá-las em prática, em vez de fazer o contrário do que se prega”, conclui.
Até à hora da publicação do artigo a Câmara Municipal de Braga não se mostrou disponível para responder ao ComUM.