A nona edição do Festival de Outono começou na passada quarta-feira. Sexta-feira foi dia de concertos nacionais, com Benjamim a abrir e Márcia a terminar.
Foi num clima intimista que, na passada noite de sexta-feira, a dupla de cantautores se apresentou no Salão Medieval da Reitoria da Universidade do Minho, no Largo do Paço, em Braga. Estes dois concertos inserem-se no 9º Festival de Outono, organizado pela própria instituição.
Luís Nunes, de seu nome artístico Benjamim, abriu a noite com “Autorádio”, do seu álbum homónimo. Seguiram-se temas como “Dança com os tubarões”, “Madrugada”, “Do céu e da terra” ou “Tarrafal” dos álbuns “Autorádio” e “1986”. O cantor, que não deixou de frisar a sua ascendência minhota (uma das avós era de Braga), foi alternando entre a guitarra e o piano para a maior satisfação do público presente.
Após um curto intervalo, é sozinha com a sua guitarra que Márcia entrou em cena. Só no segundo tema é que a banda se juntou a ela. Neste concerto, a cantora levantou um pouco o véu sobre o seu novo álbum “Vai e Vem” a ser lançado já no próximo dia 12 de outubro, deliciando a assistência com seis dos novos temas, entre os quais o single tempestade já divulgado ao mundo no passado dia 21 de setembro, “Agora”, que levou ao festival da canção e “Amor conforme”, o preferido da artista, segundo a própria. Mas Márcia não deixou de brindar os seus fãs com os clássicos “A pele que há em mim”, “Linha de ferro” ou “A insatisfação”. A autora não resistiu ao “disco pedido” (ou melhor, exigido e gritado) pelo público, não hesitando em alterar o alinhamento e interpretou “Bom destino”. Um momento privilegiado entre a artista e o seu público, que só uma sala destas pode permitir. Um miminho para cada um dos presentes.
A noite não podia terminar sem a reunião em palco dos dois artistas da noite, cujo estilo e cultura musicais se assemelham. E foi clara a cumplicidade entre ambos no último tema “Cabra cega” não tivesse sido o próprio Benjamim o produtor do primeiro álbum de Márcia, do qual faz parte esta música. Com estes dois concertos, neste inusitado e nobre palco, o festival faz jus ao seu nome: suave e envolvente, como as cores de outono.
O festival iniciou no dia 26 de setembro e prolonga-se até sábado, em Braga e Guimarães.