Depois de várias passagens pelo país, foi a vez de Braga receber a peça de teatro encenada por Diogo Infante.

“O Deus da Carnificina” é o nome da peça de teatro encenada por Diogo Infante que subiu este sábado ao palco do Theatro Circo, em Braga. A obra retrata a facilidade que o ser-humano tem em deixar cair a máscara quando se trata de defender os filhos.

Tudo já apontava para que a peça fosse um sucesso, desde o elenco, à fila interminável que percorria a Avenida Central para entrar na sala de espetáculos.

Dois casais encontram-se para resolver um problema protagonizado pelos seus filhos de 11 anos. A trama passa-se na cidade de Lisboa, mas podia passar-se em qualquer outro local. O que parece ser um encontro para resolver uma briga entre dois miúdos, acaba por se tornar numa luta entre os casais que chegam mesmo a perder a postura.

Numa simples tarde, Alberto (Diogo Infante) e Bernardete (Rita Salema), advogado e gestora de fortunas, respetivamente, Miguel (Pedro Laginha), vendedor de eletrodomésticos, e Verónica (Patrícia Tavares), dona de casa interessada em arte africana, acabam por deixar cair as máscaras, revelando-se pessoas completamente diferentes daquilo que faziam parecer.

E apesar dos pais de Bernardo — Alberto e Bernardete — serem de uma classe média alta, com mais prestígio que os pais de Duarte, não deixam de ser tão cruéis e letais quando se trata de jogar todas as armas que têm à mão para defender o filho Bernardo, autor da agressão a Duarte.

A história desenvolve-se sempre na sala dos pais de Duarte e é uma hora e meia de comédia que arranca altas gargalhadas e palmas do público que se mantém atento e entusiasmado.

O encenador considera que esta foi uma das peças que o “assaltou e a principal razão é a qualidade do texto e a atualidade”.

A diferença entre o ser e o parecer e as situações em que, facilmente, o ser humano deixa cair as máscaras são temas que atravessam esta peça da dramaturgia francesa, a primeira a ser encenada por Diogo Infante, desde que dirige o Teatro da Trindade.