JSD e JS apresentam ideias opostas face à venda da Confiança. Enquanto uns defendem a privatização os outros sugerem soluções à CM Braga para contornar a situação.
A Fábrica Confiança e a sua possível alienação é um assunto que tem ganho destaque na cidade de Braga e as vozes políticas levantam-se para mostrarem as suas posições. Por um lado, os jovens sociais democratas acreditam que a venda da Confiança a privados é “um desígnio adequado”. Por outro lado, a juventude socialista põe em causa as promessas eleitorais de Ricardo Rio, em 2013.
O presidente da Juventude Social Democrata (JSD), João Freitas Alcaide, realça a falta de recursos da Câmara Municipal de Braga (CMB) para proceder à intervenção na antiga fábrica, devido a “um grande volume de projetos (…) em curso”. Neste sentido, em 2012, foi realizado um Concurso de Ideias para as instalações da antiga Fábrica Confiança, promovido pela Câmara Municipal, onde foram selecionados quatro projetos vencedores. O objetivo era “lançar o concurso de arquitetura e (…) candidatar a intervenção na Fábrica Confiança a financiamento europeu”.
Passados seis anos desde a aquisição da Confiança pelo Município, “não se revelou possível aceder a qualquer financiamento europeu com a finalidade da reabilitação do edifício”, como refere João Freitas Alcaide. Em março de 2018, foram também solicitadas ao Governo quantias específicas para a reabilitação urbana do espaço, que não foram alcançadas. A isto, junta-se ainda a falta de meios da CMB, para intervir na antiga saboaria e perfumaria.
Face a isto, a alternativa passa “pela alienação do imóvel, para que o investimento privado possa concretizar o que os poderes públicos não conseguem”, como é referido na nota do presidente da JSD. João Freitas Alcaide afirma não fazer sentido “condenar a Confiança a uma acelerada degradação que colocará em causa a sua preservação futura” quando existem interessados, capazes de dar à Confiança “um desígnio adequado”.
Em oposição, a Juventude Socialista (JS) põe em causa as promessas feitas por Ricardo Rio, aquando das eleições autárquicas de 2013. Na altura, o atual presidente da CMB “afirmava que a Fábrica Confiança deveria manter-se no erário público para, assim, poder alavancar o eixo entre a cidade e a universidade (…), bem como dinamizar o tecido cultural presente no concelho”. Cinco anos após, as intenções de Rio são “vender a confiança, reverter uma promessa eleitoral e esquecer a memória da nossa terra”, como é referido numa nota da Juventude Socialista.
Os socialistas acreditam que “as responsabilidades que se esperam de um agente político são proporcionais às promessas que o mesmo faz” e, por isso, não aceitam que a CMB seja governada de forma “irresponsável e inusitada”, como se pode ler na nota enviada pela JS.
Desta forma, e em oposição à venda da Confiança a privados, a Juventude Socialista sugere que as instalações da antiga fábrica sejam usadas para dar resposta à falta de alojamento universitário ou que sirvam de “hub” cultural, “estimulando as práticas culturais e o tecido associativo presente na cidade”.
Daniela Soares e Márcia Arcipreste