A desigualdade de género no Direito e na Política foi o tema escolhido para o arranque da Semana de Direito da UM. Assunção Cristas foi uma das convidadas.

A Escola de Direito da Universidade do Minho recebeu, esta quarta-feira, a presidente do CDS-PP Assunção Cristas e a deputada Maria Manuel Rola, que participaram no debate “Mulheres no Direito e na Política”. Assunção Cristas defende que mesmo com a grande evolução da representatividade das mulheres na área da política esta é ainda “uma evolução muito lenta”.

A presidente do CDS -PP reforça que ainda há muito para lutar no que diz respeito à desigualdade salarial e que mesmo sendo mais instruídas, na maioria dos casos recebem “menos 16% que os homens”. A conferência “Mulheres no Direito e na Política” foi a primeira atividade da Semana de Direito da UM, organizada pela Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho (AEDUM)

Para Maria Manuela Rola existe ainda uma grande “falta de representatividade de mulheres nos espaços onde se discutem questões transversais”, como é o caso do Direito ou da Política. Segundo a deputada do Bloco de Esquerda quando esta igualdade de géneros não existe “implica mais com as mulheres do que com a estrutura da sociedade”.

Assunção Cristas aproveitou para reforçar a importância da lei das quotas, aprovada em 2017 e que obriga as empresas privadas a empregarem mais mulheres em cargos elevados. No entanto defende que as mulheres devem ser sempre “escolhidas por mérito”.

“Uma dupla jornada que não é contabilizada”

O trabalho não remunerado foi outro dos temas abordados no debate. Segundo as intervenientes as tarefas domésticas são ainda maioritariamente destinadas às mulheres. Para Maria Manuela Rola “existe realmente um desequilíbrio que tem de ser reconhecido”, na medida em que grande parte das atividades extra laborais são ainda realizadas pelas mulheres. A deputada defende que grande parte das mulheres tem “uma dupla jornada que não é contabilizada” como trabalho. Segundo Assunção Cristas “as coisas só se equilibram quando os homens e mulheres partilham o mesmo tipo de responsabilidades”.

Apesar de defender o papel da mulher, tanto na vida profissional como também pessoal e o esforço que isso exige, Assunção Cristas realça a importância do papel do homem, que muitas vezes é desvalorizado pela sociedade uma vez que o padrão estipulado é o da mulher a tomar conta dos filhos, não tendo o homem, nesse campo, tanta importância e credibilidade.

A presidente do CDS-PP acredita que “é preciso valorizar os papel do homens para além da sua profissão”. Reforça ainda a ideia de partilhas de tarefas entre o homem e a mulher, para uma sociedade onde o papel do homem como pai e marido seja mais ativo. Desta forma, Assunção Cristas defende “o aumento da licença de paternidade, a ponto de se ir equiparando à de maternidade”.

Beatriz Nunes Meireles e Mariana Pinto Fernandes