O Altice Forum Braga, antigo Parque de Exposições, foi inaugurado em Abril. No entanto, ainda surgem custos adicionais relativos às obras de requalificação. Nesta segunda-feira, numa reunião do executivo, a Câmara Municipal de Braga divulgou uma despesa extra de 1,3 milhões (valor sem IVA) alusiva a uma intervenção que foi adjudicada por oito milhões (sem IVA) em Fevereiro de 2017.

Considerado o maior auditório do Norte, o Fórum tem capacidade para 12 mil pessoas. Em março, a despesa adicional apresentada pela autarquia já alcançava os 474 mil euros, utilizado maioritariamente em novas cadeiras para o auditório e na instalação de um posto de transformação de energia. A despesa apresentada na passada segunda-feira inclui intervenções nos pavimentos exteriores, interiores e na nave, com o custo total de 530 mil euros.

De acordo com o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, o aumento do preço deve-se ao atraso de “vários meses” na construção do projeto, uma vez que o gabinete de arquitetura não atingiu os prazos estabelecidos. Segundo o autarca, o atraso colocou em risco o financiamento comunitário para a obra – fundos do PEDU – tendo de arrancar “o mais cedo possível”. “Tivemos este agravamento inerente, mas o custo de não arrancar com a obra seria muito maior, com a perda dos fundos comunitários associados”, esclareceu.

Ricardo Rio assume, ainda, que as opções políticas, visíveis, por exemplo, na colocação de novas cadeiras no auditório e o facto da obra ainda estar a decorrer quando o Fórum abriu ao público, também explicam a despesa de 1,8 milhões.

O aumento dos gastos em relação ao valor inicialmente estipulado foi alvo de críticas da parte da oposição ao executivo da coligação PSD/CDS-PP/PPM. Artur Feio, um dos três vereadores socialistas, considera que o montante total do edifício não se justifica, pois trata-se de uma reabilitação e não de um “projeto de raiz” e criticou Ricardo Rio por, na “primeira grande obra”, apresentar “uma derrapagem orçamental na ordem dos 15% a 20%”.

O representante da CDU, Carlos Almeida, garantiu que os custos extra são relativos a questões estruturais, como redes de saneamento e água e iluminação do grande auditório, que já deveriam estar abrangidas no projeto inicial. “Torna-se ainda mais incompreensível esta suposta imprevisibilidade, quando percebemos que houve não só a elaboração de um projeto, mas a elaboração de um estudo prévio pelo mesmo gabinete”, destacou.