Durante uma aula decorrida no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, o deputado mostrou-se a favor da descentralização do poder e ressalvou a importância da Proteção Civil.
Esta terça-feira, o deputado do Partido Socialista (PS) Hugo Pires esteve presente numa aula de mestrado em Ciências da Comunicação, na Universidade do Minho, para falar das ramificações do poder local e da Assembleia da República. Neste contexto, revelou que é o sucessor de Helena Roseta enquanto coordenador do grupo de trabalho parlamentar da Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades.
Hugo Pires, eleito deputado da Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Braga, pertence às comissões de Economia, Inovação e Obras Públicas, à de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação e ainda à dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, como suplente. Antes deste cargo trabalhou na política enquanto assessor de imprensa de Mesquita Machado, antigo presidente da Câmara municipal de Braga, bem como vereador de Urbanismo desta.
Devido à sua experiência enquanto vereador, Hugo Pires define-se a favor da descentralização do poder. “Os políticos das freguesias são os mais próximos no contacto com as pessoas”, comentou o arquiteto, explicando que os líderes locais são aqueles que têm de lidar com os problemas comuns da população, desde as irregularidades nas construções das casas às dificuldades em pagar as contas. Por isto, lamenta o facto de que “existe um PS das autarquias e um PS nacional”, pois os políticos autárquicos com pontos de vista locais podem entrar em conflito com as políticas definidas pelo governo e pelo partido a nível nacional.
O deputado socialista revelou que é o sucessor de Helena Roseta enquanto coordenador do grupo de trabalho parlamentar sobre a habitação, após a demissão desta na passada terça-feira, por discordar com o PS acerca do adiamento das votações indiciárias sobre as novas regras da habitação. Hugo Pires considerou que o novo posto “será um desafio”, traçando como prioridade a resolução da inflação “preocupante” dos preços imobiliários.
Durante a aula, Hugo Pires teceu algumas considerações sobre as competências da Proteção Civil, denotando algumas das suas lacunas a nível nacional. “A Proteção Civil é uma área especial, porque queremos que ninguém dê por ela”, frisou o deputado. Um dos problemas desta prende-se com o facto de que apenas cinco ou seis municípios em Portugal (um deles Braga) têm corporações de bombeiros profissionais, porque exigem investimento pesado e formação constante dos seus elementos que muitas autarquias não querem ou não conseguem suportar.
Em resposta à questão de um aluno, Hugo Pires destacou a relevância do extinto Governo Civil, que funcionava como um elo direto entre os cidadãos e os ministérios em Lisboa para a resolução de casos individuais. “O Governo Civil tutelava todas as organizações da Proteção Civil. Tinha uma importante função na sua coordenação e isso desapareceu”, constatou.