Atualmente, os núcleos e as secções de estudantes da Universidade do Minho têm ganho uma importância fundamental na prossecução dos interesses dos estudantes. Eles são a voz que luta pela diferença e melhoria.

A título de individualização, os núcleos apresentam um papel fulcral na dinamização de um curso, organizando atividades para os alunos adquirirem um conhecimento mais aprofundado sobre a sua área de estudo, promovendo a ação social, eventos de cariz social e lutando pelos direitos dos alunos. Desta forma, estes órgãos são não só responsáveis pelo melhor ambiente académico, como também pela ligação da Universidade e dos seus alunos à comunidade que os rodeia.

Ao longo dos tempos, o associativismo tem amadurecido velozmente na academia minhota, sendo que este é conseguido através do trabalho árduo de alguns alunos que se comprometem a mostrar à comunidade estudantil que frequentar a Universidade vai muito além de assistir às aulas, estudar e realizar provas de avaliação. Ser dirigente associativo é representar, é dinamizar, é contribuir, é participar ativamente, é administrar e defender.

Mas será que estes alunos que levam o nome da Universidade do Minho cada vez mais longe, através de Encontros Nacionais, de Jornadas, de palestras e eventos sociais, têm a devida bonificação?

Há cerca de dois anos, o Núcleo de Estudantes de Bioquímica possuía uma pequena sala que era partilhada com outro núcleo. Em outubro de 2016, fomos realojados num pequeno cubículo, partilhado com uma outra organização estudantil, tendo apenas um armário para cada núcleo, onde só nos é possível guardar algum material. O que era supostamente uma situação provisória virou realidade.

Não há espaço, não há mesas, não há cadeiras. Assim, a simples tarefa de reunir os membros do núcleo, com o objetivo de tomar decisões e organizar atividades, envolve a requisição constante de sala junto das entidades competentes. Portanto, caso se trate de assuntos urgentes e que necessitam de resolução imediata, os dirigentes são obrigados a reunir-se em ambientes pouco adequados.

Para além disso, gostaríamos de ter um espaço onde os alunos da Licenciatura em Bioquímica soubessem que nos iriam encontram, facilitando o contacto entre a comunidade estudantil e o órgão que a representa e defende. Será esta a recompensa que recebemos por sermos os prossecutores dos estudantes?

A existência de um local onde os dirigentes dos núcleos possam reunir e trabalhar em conjunto é fundamental no seio de uma estrutura representativa. Atualmente, o NEBQUM não reúne as instalações de trabalho necessárias para trabalhar em conjunto, num espaço seu. Infelizmente, não somos os únicos. Existem vários núcleos que se encontram na mesma situação, sem condições para conseguirem dar aos alunos que representam o máximo das suas capacidades.

Já foram realizadas várias tentativas de obtenção de salas, contudo a realidade é que o crescimento insustentável da Universidade do Minho e a diminuição dos espaços disponíveis torna impraticável a sua cedência. Como chegamos a este ponto? A redução de vagas na Universidade do Porto e Lisboa realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior levou a um aumento do número de vagas nos centros universitários mais periféricos, incluindo a Universidade do Minho.

A título de exemplo, quando nos dirigimos a um serviço, como os bares ou as cantinas, encontramos filas infindáveis, que demoram imenso tempo a atender os alunos, pessoal docente e não-docente. Os complexos pedagógicos tornam-se pequenos para receber todos aqueles que chegam à Universidade para aprender e a solução inicial é imediatamente retirar as salas aos núcleos e associações, acomodando-os e juntando-os em pequenos espaços de arrumação.

As escolas encontram-se no mesmo dilema e, particularizando para a Escola de Ciências, esta não apresenta qualquer capacidade para acolher todos os núcleos que procuram o seu cantinho para assim poderem evoluir.

Em suma, o Núcleo de Estudantes de Bioquímica defende que é necessário que as entidades responsáveis notem e tenham em consideração este crescimento não sustentável, a fim de colmatarem as dificuldades sentidas pelos alunos da academia minhota e, em particular, a do nosso núcleo, de um local onde possa prosperar.