Foi assim que o artista quis que fosse o concerto, pedindo ao público que esquecesse os telemóveis e que aproveitasse o momento.

Eram 22h15 quando o cantor e compositor se estreou no Altice Forum Braga e apresentou o seu último trabalho aos fãs bracarenses. Após uma introdução eletrónica, surgiu um músico que, com a sua guitarra acústica, hipnotizou a plateia. A noite só estava a começar.

O serão não podia ter sido mais especial. Que o digam Marta e Márcio, um casal “estupidamente apaixonado” que teve a honra de subir ao palco do grande auditório. Não foi mero acaso. O cantor foi cúmplice de um romântico pedido de casamento, cuja banda sonora, “O Jardim”, não podia ser mais apropriada. A noiva e a plateia ficaram rendidas ao pedido e à música. Foi provavelmente o auge de uma noite já por si “linda”, como o próprio cantor a qualificou.

Tiago Bettencourt e a sua banda, composta por quatro elementos, ofereceram ao público um espetáculo repleto de momentos envolventes, em que se puderam ouvir registos não só do último álbum, “A Procura”, como também alguns hits do passado.

Num concerto que o artista quis propositadamente diferente, “mais calmo” do que aquele apresentado na última vinda a Braga, em maio passado, durante o Enterro da Gata, o artista deu o mote ao iniciar a atuação com o intimista “Amar Alguém”.

Fez-se silêncio para ouvir cantar aquele poema, embalado por uns acordes de guitarra. Momento privilegiado, mas repetido várias vezes ao longo da noite em temas como “Acho Que Chegou a Hora”, um dos preferidos de Tiago Bettencourt neste último álbum, ou “O Dragão”, inspirado e escrito durante o périplo de um mês que o cantor fez pela Ásia em outubro passado, ou o inevitável “A Carta”, entoado por toda a plateia.

O público pôde ainda redescobrir temas, como “Sara”, com novos arranjos, mais eletrónicos, músicas que irão ser apresentadas, este domingo, no festival Iminente, em Londres.

Tiago Bettencourt atua no próximo dia 6 de dezembro no Coliseu de Lisboa, em formato 360 graus.