O furor em torno da nova temporada deixa vontade de questionar a justificação do mesmo. Apresentada como uma minissérie pela USA Network em agosto de 2017, rapidamente foram levantadas especulações relativas à existência de, pelo menos, mais uma temporada. Esta realidade veio a ser confirmada em março deste ano, graças à ponderação dos elevados valores de audiência e à aclamação mundial. The Sinner: temporada 2, estreia assim em agosto de 2018.

The Sinner, season 2

The Sinner: Temporada 1 é definida como uma série de drama, mistério e thriller. Retrata uma família normal que, de um momento para o outro, sofre uma reviravolta na sua vida. A mudança surge no momento em que a mãe, Cora (Jessica Biel), ataca brutalmente um homem que acaba por morrer. Este poderia ser um caso juridicamente fácil de resolver, uma vez que o crime ocorre num ambiente público, conduzindo à existência de inúmeras testemunhas. Contudo, Cora aparenta não entender o porquê dos seus atos, o que leva o detetive Harry Ambrose (Bill Pullman) a conduzir uma investigação em torno do caso.

Torna-se uma série cativante na medida em que o público só tem acesso a nova infromação, quando o detetive também tem. Isto coloca o espectador como integrante da própria investigação. Enquanto, em simultâneo, o coloca também no papel da personagem principal, numa tentativa constante de encontrar respostas para as suas atitudes. Para além disso, The Sinner retrata personagens com as quais nos podemos perfeitamente identificar e é uma série composta por um elenco de excelência, destacando-se nomes como Bill Pullman.

The Sinner, season 2

O público aguardou ansiosamente pelo retorno para entender de que forma a história iria evoluir; se iria manter a base original ou passaria a tratar de uma temática completamente diferente. E, na verdade, logo após o primeiro episódio se percebe que a segunda temporada tratará da investigação de um caso completamente distinto.

Mais uma vez, um casal e uma criança surgem em destaque. Realizam uma viagem em direção a Niagara Falls, contudo, o carro sofre uma avaria, obrigando-os a passar a noite num motel. Na manhã seguinte, Julian (Elisha Henig), personagem principal e filho do casal, fica encarregue de preparar o pequeno almoço. Após o consumo do chá trazido por Julian, o casal acaba por morrer. Desta forma, o detetive Harry Ambrose é chamado novamente, para auxiliar no desvendar do caso, que vem a estar intimamente relacionado com um culto.

Esta mudança radical de temática, apesar de manter o registo criminal dramático e todos os recursos da primeira temporada – como, por exemplo, um conjunto imenso de analepses -, veio desiludir todos aqueles que encontravam na primeira série mais mistério e, ao mesmo tempo, mais velocidade na entrega de informação ao público (mesmo que essa informação induzisse muitas vezes em erro). Para além disto, deixa de haver o imediato posicionamento do espectador na vida da personagem principal. O facto de o lançamento de cada episódio ser feito de semana em semana, também faz com que o público perca a contínua excitação de saber o que vem a seguir.

Contudo, quem vê a série pela primeira vez, dirá que se trata de uma obra de arte. Isto, porque é capaz de tocar num assunto tão perturbador, de uma forma tão simples e fluída, que torna os espectadores ativos e envolvidos na situação. Para além disso, conta com a participação de atores de excelência, o repetido Bill Pullman e a novidade, Carrie Coon, conhecida pela sua participação em The LeftOver e Fargo.