Venom é a longa-metragem que dá seguimento, não ao filme Homem-Aranha 3, mas sim à criatura e personagem que infeta Peter Parker. Embora assente em bases de um argumento bastante comercial, Venom tem a seu favor o elenco e sobretudo a destreza com que arranca emoções da plateia.

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A história é irrefutavelmente comum para um argumento de um filme de super heróis, contudo ganha relevo com os diálogos interiores praticados entre Eddie Brock (Tom Hardy) e Venom. Este ultimo demonstra um caráter canibalesco, mas igualmente jocoso, esta característica é crucial para o enriquecimento e bom desenrolar da produção.

Apesar de tudo acontecer muito rápido e ser de certa forma previsível, estas lacunas nas explicações de certos acontecimentos podem ter diversas justificações. A chegada dos simbiotes – grupo de seres extraterrestres onde Venom está inserido – à Terra, é vaga e pouco clara. Todavia, a promessa de uma sequela pode ser uma possível causa da falta de clareza na explicação do aparecimento destas espécies. O motivo da compatibilidade ou incompatibilidade encontrada entre os humanos e estes extraterrestre também está aquém do esperado. Porém, este pode estar ausente pelo receio de um esclarecimento científico tornar o enredo enfadonho.

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Tom Hardy conseguiu novamente surpreender-nos com a sua versatilidade, visto que podemos comparar a sua performance com a prestada em Mad Max: Fury Road, The Renevant, Dunkirk ou até mesmo na mini-série de sua produção – Taboo. Ao confrontar todos estes papéis interpretados pelo ator observarmos a polaridade das personagens. Na minha opinião, o papel de super-herói/super-vilão poderia ser um tanto ou quanto arriscado. Ainda assim, Tom Hardy presenteia-nos com uma fantástica interpretação e conclui o desafio com sucesso.

A banda sonora é bastante adequada. Apesar de não ser o ponto mais forte, concede ao filme uma boa fluidez e dá a ênfase certa nos momentos pertinentes, ajudando ao estímulo de emoções fortes no público.

Para concluir, posso afirmar que o mais impactante desta longa-metragem é a diversidade de sensações e sentimentos que suscita no espectador e a forma como se pode sentir e verificar, claramente, a expressão das mesmas numa sala de cinema. Durante a sessão em que assisti ao filme, pude observar tanto momentos em que houve gargalhadas, como os instantes em que houve repulsa e afastares de olhar do ecrã. Estou em crer que essa é na verdade a peculiaridade que mais tem a oferecer uma obra de entretenimento – a capacidade de provocar diversas e diferentes emoções num tão curto espaço de tempo.