O candidato afirma que é preciso dar voz à comunidade estudantil, uma vez que “a RGA é superior a uma direção”.

Carlos Machado é candidato ao Conselho Fiscal e Jurisdicional (CFJ) da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). O aluno do Mestrado de Relações Internacionais refere que a candidatura “nasce um pouco daquela vontade de ver uma Associação mais interventiva”.

Em entrevista ao ComUM, o candidato pela Lista E aponta à atual gestão do CFJ de afastar “uma participação ativa por parte dos estudantes da AAUM”. No caso de eleição, pretende “convocar uma RGA (Reunião Geral de Alunos) para explicar minuciosamente os balancetes existentes”.

O candidato afirma que a elevada abstenção dos anos anteriores se deve à diferenciação que existe entre os estudantes e os membros da direção, apesar de serem “todos estudantes comuns”.

ComUM: O que o levou a candidatar-se ao Conselho Fiscal e Jurisdicional?

Carlos Machado: Nasce um pouco daquela vontade de ver uma Associação mais interventiva, ou seja, de ter uma comunidade estudantil que esteja ligada aos problemas ou ao futuro que tem uma AAUM. Fala-se, agora, de construir uma nova sede. Esta construção é um exemplo com um gasto muito grande e que a comunidade estudantil no seu todo vai ter de se pronunciar. Não pode ser uma direção e um fiscal que, muitas vezes, acaba por estar em conluio com a Associação, porque partem do mesmo local a decidir isso. Tem de haver uma maior participação e estamos a propor a Lista vindo também dessa vontade.

ComUM: Em que critérios se baseou para formar a sua Lista?

Carlos Machado: Baseei-me na atividade que têm e experiência. Por exemplo, no meu caso, estudei em Coimbra anteriormente e, por isso, tenho experiência no Conselho Pedagógico da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e ainda no Núcleo de Estudantes da Faculdade de Letras. Temos pessoas que trabalham com núcleos na nossa Lista, temos pessoas que fazem parte de associações dentro da AAUM e que têm experiência de trabalho de grupo relativamente a contas e aos estatutos da Associação.

ComUM: Que medidas pretendem atingir no futuro caso a vossa Lista seja eleita?

Carlos Machado: Passa por dar a voz aos estudantes, convocando uma RGA para explicar minuciosamente os balancetes existentes. As primeiras medidas vão passar por devolver a voz aos estudantes e, no futuro, quando surgirem dúvidas dentro do Conselho Fiscal, isto vai passar por uma RGA e vamos ouvir a comunidade estudantil.

ComUM: Quais são os principais pontos, se é que existem, que não concorda na atual gestão do CFJ?

Carlos Machado: Não estão descritos suficientemente os gastos, aparece o valor, mas não se sabe realmente como é que foi gasto. Deste modo, não vamos ter uma participação ativa por parte dos estudantes da AAUM, se não houver uma real informação.

ComUM: De que forma e que meios pretendem utilizar para se aproximarem dos alunos?

Carlos Machado: Através de flyers a explicar e a convocar para as RGA, até porque uma RGA é o maior núcleo decisório dos estatutos da AAUM. A RGA é superior a uma direção e não nos podemos esquecer disso. Isto porque da experiência que tenho aqui na Universidade do Minho, muitas vezes os estudantes têm o dirigente associativo e o estudante, fazendo parte de bolhas diferentes. E não, nós estamos na mesma bolha, também somos estudantes e, para haver uma real aproximação, temos que estar ao mesmo nível. É isso que falta e é isso que estamos a oferecer.

ComUM: Os valores da abstenção têm sido elevados. O que espera da abstenção deste ano?

Carlos Machado: Penso que a abstenção é um problema, uma consequência do que já existia por parte dos dirigentes associativos, relativamente aos muitos, como eles dizem e que eu abomino, “estudantes comuns”. Somos todos estudantes comuns e às vezes há essa diferença e as pessoas sentem-na. Não podemos deixar que essa diferenciação faça com que haja esta abstenção, porque quando as pessoas sentem que não participam, não votam. É com propostas diferentes, com uma maneira de estar diferente que estamos a tentar chegar às pessoas. E é a chamar as pessoas que se acaba com o secretismo.

João Gonçalves e Marta Fonseca