O Edifício dos Congregados, localizado na Avenida Central, em pleno coração da cidade de Braga, está na posse da Universidade do Minho desde 1989. Trata-se de um monumento de grande interesse histórico e arquitetónico, sendo que a sua construção remonta a finais do século XVII enquanto Convento dos Padres Oratorianos (ou Congregados).
A imponente fachada do edifício é da autoria do grande arquiteto bracarense do Barroco, André Soares. Ao longo dos séculos, os Congregados serviram várias finalidades. Desde Convento, foi ainda Biblioteca Pública e Liceu de Braga. Por lá passou também, já no século XX, a Escola do Magistério Primário. Já na posse da Universidade, funcionaram no edifício o Centro Integrado de Formação de Professores, o Instituto dos Estudos da Criança e a Escola Superior de Enfermagem.
O Curso de Licenciatura em Música da Universidade do Minho, criado em 2006, foi instalado no Edifício dos Congregados, onde permanece até hoje. Desde então, é uma licenciatura (regime pós-laboral) em plena ascensão e crescimento, não só em número de alunos e candidatos ao concurso local de acesso, mas também na qualidade dos artistas diplomados que de lá saem e dos docentes que lá lecionam.
Contudo, as instalações onde o Departamento de Música funciona não correspondem às necessidades de natureza artística e performativa que a sua licenciatura exige. As salas onde os alunos praticam os seus instrumentos são acusticamente desadequadas para o estudo, uma vez que possuem demasiada reverberação sonora, dificultando a perceção musical do trabalho a desenvolver.
Muitas das salas permanecem inalteradas desde o funcionamento da Escola de Enfermagem e são revestidas a azulejo e tijoleira, acentuando gravemente a situação anteriormente referida. Pelo facto de as salas não serem insonorizadas, o som trespassa todos os espaços do Edifício dos Congregados, perturbando os diferentes locais de trabalho e inclusive os condomínios contíguos. Consequentemente, a partir das 22 horas os alunos são obrigados a terminar o seu estudo.
A Biblioteca do Departamento de Música já não existe. Há uns anos foi desmontada e os livros foram levados para a Biblioteca Geral em Gualtar, sendo que consta que muitos destes ainda estão dentro de caixas. Com isto, o Departamento de Música não dispõe atualmente de um local para leitura e estudo das Unidades Curriculares teóricas.
O Departamento de Música não possui um espaço para espetáculos, um auditório. Um espaço destes para apresentações públicas de orquestra, música de câmara ou para performances de instrumentistas a solo é totalmente indispensável.
A necessidade de melhoria das instalações do Departamento de Música no Edifício dos Congregados é indiscutível, está à vista de todos e é um facto partilhado pelos estudantes e pelos docentes. É absolutamente necessário e é o passo que falta dar para elevar o Departamento e o Curso a um patamar equiparado a outras escolas superiores de música, licenciaturas em música e mesmo alguns conservatórios no resto do país.
As principais vontades dos estudantes de música da Universidade do Minho prendem-se por ter um espaço de trabalho melhor e que merecem. Somos por natureza umas das principais artérias artísticas e culturais da Universidade. Somos um dos cursos com maior abertura à Comunidade. Seja através da Orquestra da Universidade do Minho ou de outras formações provenientes do Departamento de Música, proporcionamos maravilhosos concertos e espetáculos em Braga, Guimarães e noutras cidades.
Gostaríamos de nos sentir mais incluídos e acolhidos na Universidade, pois estamos afastados dos Campi de Gualtar, Azurém e Couros. Queremos que não nos esqueçam, que olhem para o nosso potencial e também para o potencial do “nosso” Edifício dos Congregados como a grande casa da música e cultura da Universidade do Minho.