Foi esta sexta-feira que Hélder Reis apresentou, na Livraria Centésima Página, em Braga, o seu livro “Lendas, Mitos e Ditos de Portugal”.
Num ambiente descontraído e com muita proximidade com o seu público, Hélder Reis apresentou o produto final do seu trabalho desenvolvido ao longo de 20 anos na RTP1.
O apresentador afirmou que, como jornalista, teve de ir a diversas aldeias e vilas e que foi com essas visitas ao interior que começou a ter um conhecimento crescente das expressões e provérbios típicos de cada região. Foi desta forma que pôde colecionar as mais variadas e interessantes histórias que, segundo este, “vão ao encontro das tradições orais”.
Porém, são as histórias com uma vertente mais gastronómica, presentes também no seu livro, que lhe dão mais prazer de escrever. O autor acrescentou ainda que tem muita vontade de escrever um livro que siga unicamente esse caminho. “A gastronomia tem uma capacidade singular de nos contar a história que a mesa tem”, explicou, utilizando o exemplo da aletria, que adorava e que representava para ele uma tradição.
Hélder Reis admitiu que também gosta de escrever livros de poesia, considerando, no entanto, que, por não ser compreendida, acaba por ser desvalorizada. Relativamente a escrever para crianças, o apresentador acredita que estas são um público fantástico. Sente que as histórias infantis trazem às pessoas um mundo mais bonito, usando como exemplo Sophia de Mello Breyner Andresen e o legado literário deixado pela escritora.
Posteriormente, e referente ao capítulo das tradições orais que considera um dos seus favoritos, Hélder Reis partilhou com o público que muitas vezes, antes de entrevistar as pessoas nos programas que apresenta, havia entre os mesmos uma partilha de histórias, considerando-as as mais bonitas.
“O conceito das tradições orais nasceu durante o espetáculo da Eurovisão, na Áustria. Preparava-me, no camarim, quando um membro da produção utilizou a expressão ‘Resvés campo de Ourique’”. Foi, minutos antes de entrar no ar, que percebeu que os provérbios e expressões populares davam um bom capítulo para o seu livro.
Hélder Reis explicou ao público que pretende ser o mais simples possível, sem ser simplório, para chegar a todos e que escreveu esta obra com histórias pequenas para que estas fossem lidas no acabar do dia. “O melhor da vida é ficar com uma coisa boa ao final do dia”, explicou.
O autor de “Lendas, Ditos e Mitos de Portugal” terminou a sua apresentação com um apelo à sua audiência, pedindo que cada uma das pessoas ali presentes espalhasse “uma palavra positiva no nosso país”.