Últimas eleições que tiveram um frente-a-frente foram em 2016. Há novamente corrida a dois, mas esta infelizmente não passa nem na TVI, nem no Campo Pequeno.
A polémica das touradas chegou à Universidade do Minho. Rui Miguel Silva confirmou ontem a sua candidatura ao ComUM mas foi o InComUM, através da sua jornalista Holofontina Fufucas, que descobriu que essa candidatura faz com que o IVA sobre as eleições da AAUM também desça para o mínimo.
Ao que foi possível apurar numa sondagem da Marktest a todos os sete estudantes da UMinho que se importam com estas coisas, as eleições académicas de 2018 serão uma tortura para o candidato da Lista B – o que qualifica automaticamente o acto eleitoral como espectáculo de tauromaquia.
Em 2016, as eleições para a AAUM contaram com três candidatos. Com Nuno Reis e Rui Miguel Silva, para já, os forcados a concurso, resta saber quem é que o PCP vai mandar para segurar na cauda destas eleições.
Os debates ainda não estão agendados, mas há poucas hipóteses de o ComUM fazer um. Tiago Gonçalves, diretor do ilustre e magnânimo jornal onde se insere esta independente secção, diz que “depois do escabeche que houve da outra vez com a Comissão Eleitoral para fazer um debate separado da RUM, só mesmo se transmitíssemos na Praça de Toiros da Póvoa de Varzim”.
Personalidades da UMinho do lado “Manuel Alegre” nas touradas
Ao que o InComUM soube, o candidato da lista B, Rui Miguel Silva, entende que atingiu a “maturidade necessária para dirigir uma instituição com a envergadura da AAUM” não por estar no seu segundo curso superior mas porque participou na telenovela da SIC Lua Vermelha.
Em declarações entregues à jornalista Holofontina Fufucas via Famel Zundapp, o especialista em literatura da Fundação Universidade do Minho, António Cunha, afirmou ter “saudades de ver um espectáculo assim” na academia minhota, confessando que já não via ser lançada uma obra de literatura desta envergadura desde que surgiu a saga Twilight (do inglês “Crepúsculo”, que é a melhor altura do dia para ver o bailado entre touro e toureiro).
Bruno Alcaide, ex-presidente da AAUM, ficou perplexo por “perceber que há quem goste de se auto-praxar desta forma”. De recordar que Alcaide passou a especialista em touradas eleitorais em 2016, quando passou os dois debates a espetar bandarilhas em Diogo Cunha.
Em mais uma reacção não pedida e de novo recebida pelo InComUM na caixa de spam, Diogo Cunha, adversário do saudoso Bruno Alcaide nas eleições de 2016, declarou que finalmente já tem o “documento actualizado” para debater com Alcaide o tema das senhas. Sobre as touradas, não se quis pronunciar, porque é do PS e não quer ficar espetado na praça.
O InComUM tentou chegar à fala com Nuno Reis, atual presidente e candidato da Lista A. Porém, a jornalista Holofontina Fufucas desligou-lhe o telemóvel na cara porque este não parava de fazer piadas sobre touradas e de dizer que vai ser para Rui Miguel Silva o que Joaquim Bastinhas é para um touro. Mauzinho.
Aquela cultura que é mesmo cultura está chateada. Cristas nem por isso
As eleições de 2016 foram as últimas com mais de uma lista a concorrer ao Campo Pequeno que é a sede da AAUM. Os grupos culturais da Universidade do Minho que ensaiam lá estão preocupados, porque com o IVA a baixar nas eleições, pode não haver dinheiro que chegue para remendar os buracos na sala dos Bomboémia.
“Se as touradas e as eleições merecem um IVA mais baixo, os grupos culturais querem ver asseguradas as condições adequadas. Isto só deixa contente o Grupo de Fados e Serenatas, que já andam por cá desde os anos 40 e vêem touradas como quem vê o Joker na RTP”, diz André Marcos, presidente da Associação Recreativa e Cultural Universitária do Minho (ARCUM).
Manuel Alegre, antigo candidato presidencial e acérrimo apoiante do espetáculo, atira para canto as preocupações dos grupos culturais e deixa o conselho: “Se a TUM quer mais dinheiro, que vá tocar a ‘Partizan’ para o Campo Pequeno. Se fizer isso, até eu visto calças de ganga com a shôtora Cristas”.
A líder do CDS-PP, essa, já veio aplaudir a medida dos estudantes minhotos. Assunção Cristas comparou as touradas a um bailado, o que lhe valeu uma farpa enfiada nas costas pelos grupos de direitos dos animais. Mas na perspetiva de ver dois candidatos à cornada, Cristas bate palmas. “Vou pedir uma salva de palmas no Parlamento!”, vocifera.