Inconfundíveis pelas suas performances dinâmicas e repletas de energia, o grupo musical nova-iorquino trouxe à noite bracarense uma brisa de jazz e uma viagem nostálgica aos loucos anos 20.
Na passada segunda-feira, Postmodern Jukebox marcaram presença no Altice Forum Braga com uma atuação que deixou o público num frenesim crescente. A pluralidade de talento em cima do palco e a interação constante com a plateia foram alguns dos ingredientes essenciais que deram origem a um clima de puro júbilo.
Nascido e idealizado pelo compositor Scott Bradlee, Postmodern Jukebox é um projeto musical que se dedica a fazer covers de músicas do panorama musical contemporâneo, adaptando-os para outros estilos como o jazz, ragtime e swing.
O grupo não constitui uma banda fixa, pelo que o seu conceito consiste em juntar vários músicos que atribuam o seu toque para cada canção, de forma a obter uma harmonia musical diversificada. Desta vez, a banda contou com a participação de dez membros integrantes, estando aqui incluídos cantores, músicos e uma dançarina.
O espetáculo teve o seu início marcado ao som da música “Thriller”, de Michael Jackson, na voz de Dez Duron. Dotado de uma voz com agudos que não conseguem passar despercebidos e bem acompanhado pelo ritmo dos instrumentos atrás de si, o cantor conseguiu transmitir que o concerto iria decorrer de maneira animada e imprevisível.
Baseado num regime rotativo entre cantores, a noite decorreu ao longo de 18 músicas de variados artistas como Queen, Katy Perry, Ed Sheeran e Gloria Gaynor.
O tema “Creep”, dos Radiohead, foi um dos momentos de maior destaque e surpresa. Interpretado por Emma Hatton e ao som de melodias suaves e límpidas, a música despertou o público para o seu lado mais sentimental, fazendo com que fosse impossível conter a emoção.
Outro ponto alto foi a interpretação feita pelo trio feminino constituído por Brittnie Price, Joey Cook e Emma Hatton da música “All About That Bass”, de Meghan Trainor. Para além da harmonia vocal que surgiu no palco, também foi possível assistir-se a uma coreografia contagiante que deixou a plateia com vontade de saltar dos seus lugares e deixar-se ir pelo ambiente envolvente.
A performance de Postmodern Jukebox não se fez apenas de voz e instrumentos. Não podia faltar a presença de Anissa Lee, a artista de sapateado que acompanhou a maioria das músicas ao seu ritmo muito próprio e característico. Anissa ainda protagonizou, juntamente com o baterista, um “drum off” dividido entre o som de duas baquetas e o sapateado. Ao longo de dez minutos, a única sonoridade que se ouvia era a batida, que terminou com aplausos ensurdecedores no final.
Após uma saída de palco fingida, os Postmodern Jukebox regressam para se despedir do público, pedindo para que todos façam parte do fecho da noite, dançando e cantando também. A sala do Altice Forum Braga tornou-se toda ela numa autêntica festa para todos, onde a distinção entre artistas e plateia ficou quase perdida.