Pela Lista B, Rui Miguel Silva é o candidato à presidência da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM).

Rui Miguel Silva candidata-se pela primeira vez à presidência da AAUM. O aluno de Ciência Política afirma que “a candidatura é de um grupo” que pode vir a ser “uma alternativa, uma mudança de paradigma à gestão da Associação Académica”. As eleições para a AAUM estão marcadas para 4 de dezembro.

A Lista B apresenta-se sob o mote “Academia mais próxima”. Em entrevista ao ComUM, Rui Miguel Silva diz que pretende “criar uma proximidade” entre a associação e a comunidade académica, uma vez que a AAUM “tem sido um pouco desligada e distanciada” dos alunos. O candidato assume que a proximidade “pode ser conseguida através dos setores de ação da Pedagogia, da Ação Social e da Cultura”.

Até ao momento, ainda não foi publicado o manifesto eleitoral.

ComUM: Qual a razão que o levou a candidatar-se à presidência da AAUM?

Rui Miguel Silva: A candidatura não me levou. Levou-nos. A candidatura é de um grupo, é de todos. Aquilo que nos levou a candidatar foi a perceção que temos do caminho, do rumo que a Associação Académica tem vido a tomar ao longo dos últimos anos. Entendemos que podemos ser uma alternativa, uma mudança de paradigma à gestão da Associação Académica que tem sido um pouco desligada e distanciada das nossas colegas e dos nossos colegas. Aquilo que pretendemos é criar uma maior proximidade entre a associação e a comunidade académica como um todo.

ComUM: Em caso de eleição, quais são os objetivos a cumprir?

Rui Miguel Silva: As nossas três principais ações são a Pedagogia, a Ação Social e a Cultura. No campo da Pedagogia, aquilo que pretendemos é fomentar um maior apoio aos núcleos através de um plano de financiamento suplementar ao PANSUM (Plano de Apoio aos Núcleos e Secções da Universidade do Minho). Este plano de financiamento é financiado pelas atividades recreativas que vamos tendo ao longo do ano num valor entre 25 mil e 50 mil euros. Obviamente não havendo cabimentação da parte das atividades de recriação, tem de haver uma suplementação com outros fundos. Da parte da Ação Social, aquilo que se pretende é uma maior reivindicação, dado que a Ação Social se prende mais com o estado central do que com a Associação Académica. A este nível, aquilo que pretendemos, ou temos capacidade de fazer, tem a ver com os transportes. Pretendemos implementar um passe mensal para os transportes entre Braga e Guimarães num valor entre 20 a 35 euros por mês. Isto vai desde logo baixar o preço que um colega ou uma colega nossa paga. Quem utiliza todos os dias o transporte Braga/Guimarães, paga um valor de cerca de 44 euros, ida e volta. Aquilo que pretendemos é baixar o preço para entre 20 a 35 euros, mediante o percurso que seja feito. Ao nível da Cultura, por exemplo, no desporto somos o número um a nível europeu entre as universidades e aquilo que pretendemos é também fomentar a cultura ao ponto de virmos a ser, um dia, a número um ao nível da cultura.

ComUM: Qual a principal mudança que aponta caso seja eleito?

Rui Miguel Silva: Uma questão de atitude e proximidade. Temos estado muito afastados enquanto Associação Académica da comunidade e aquilo que pretendemos é criar um maior laço. Este afastamento tem-se visto ao nível da abstenção nas eleições que sempre foi muito elevado. Essa proximidade pode ser conseguida através destes três setores de ação da Pedagogia, da Ação Social e da Cultura, principalmente.

ComUM: “Academia mais próxima” é o lema da campanha da Lista B. Em que sentido pretende promover esta proximidade?

Rui Miguel Silva: Desde logo através da comunicação, atraindo os alunos para a Associação Académica com o fomento de atividades que podem ser, por exemplo, as culturais, através do financiamento dos núcleos. A Associação não tem de estar presente apenas nos momentos de recriação, tem de estar sempre presente e o apoio na Pedagogia é essencial. Estamos numa instituição de Ensino Superior e o nosso foco é a Pedagogia.

ComUM: Até ao momento ainda não é conhecido o programa da Lista. Tem já em mente algumas medidas que possa partilhar?

Rui Miguel Silva: O caso dos passes de transporte entre 20 a 35 euros, uma redução de pelo menos nove euros para quem utiliza os transportes todos os dias. A possibilidade de poder, sem qualquer custo acrescentado, utilizar o transporte mais do que duas vezes por dia. Essa é uma medida muito importante. O fomento da Cultura através da criação de um festival de artes interpretativas, que vai naturalmente aproximar nomeadamente os cursos de teatro e de música da comunidade académica, assim como as comunidades bracarenses e vimaranenses. É um festival que se pretende fazer nos centros históricos de Guimarães e Braga. Existe uma série de propostas que serão, a seu tempo, conhecidas.

ComUM: Nuno Reis ocupa o cargo na presidência da AAUM desde 2017. Como vê a sua candidatura, uma vez que o adversário se trata de um recandidato?

Rui Miguel Silva: É perfeitamente natural. Ele está na direção da Associação Académica e é normal que queira recandidatar-se, se entendeu que fez um bom trabalho. A nossa lista, a Lista B, e os nossos apoiantes assim não o entendem e estão do nosso lado.

ComUM: É do conhecimento de todos a criação da petição “Propinas não”, que tem como objetivo terminar com as propinas. Considera este o ponto principal da sua candidatura?

Rui Miguel Silva: De modo algum. O “Movimenta-te” é completamente separado da Lista B. Não vemos aqui qualquer tipo de coincidência. A questão das propinas faz parte da ideologia do “Movimenta-te”, que defende o fim das propinas. A Lista B não é constituída a partir do “Movimenta-te”.

 

Texto: Daniela Oliveira e Rita Almeida

Imagem: Diana Gomes e Sofia Summavielle

 Edição: Sofia Summavielle