O livro "Transcrever" retrata a realidade dos bairros sociais da capital do Minho.
Este sábado, o Museu Nogueira da Silva recebeu Daniel Pereira e Fernando Ferreira, membros dos Space Transcribers, para o lançamento do livro “Transcrever: Ações Participativas nos Bairros Sociais de Braga”. No evento, estiveram também presentes representantes do bairro social das Enguardas, Cristina Palhares, coordenadora do projeto, e João Rodrigues, vereador da Câmara Municipal de Braga.
Foi este último quem abriu o evento. João Rodrigues explicou que vários processos estratégicos de desenvolvimento urbano antecedem este livro, fazendo ele parte de um conjunto de oito projetos, como oficinas comunitárias e atividades em conjunto com a associação “Quem tem medo?”.
O livro “Transcrever” apresenta, de acordo com o vereador, uma “abordagem totalmente atípica, porque é diferente, acrescenta e não se fica pelo comum”. “Transcrever” não fala apenas dos bairros sociais em si, tenta mostrar quem são as pessoas que habitam nestes bairros, de onde vêm, como nasceram estes bairros, onde chegaram e como.
Daniel Pereira e Fernando Ferreira apresentaram o livro, fazendo um resumo de cada capítulo e do trabalho que foi feito para o construir. Daniel e Fernando são ambos arquitetos que fizeram uso de diversas áreas disciplinares para a sua investigação, como a fotografia e o vídeo.
O seu trabalho não foi apenas a nível social direito, mas de reconhecimento, de uma nova leitura da realidade que são os bairros sociais, em especial os bairros das Enguardas, Santa Tecla e do Picoto.
O livro é, então, composto por cinco capítulos, com textos de várias pessoas de várias nacionalidades que contribuíram para este projeto.
O primeiro capítulo é da autoria de Sílvia Gomes. “Ensaios: entre o estigma e o preconceito” tenta perceber a presença da comunidade cigana em Portugal e todos os estigmas e preconceitos envolvidos.
O capítulo “Aproximação: entre o não saber e o descobrir”, escrito por Daniel Pereira e Fernando Ferreira, procura saber mais sobre os bairros sociais, uma tarefa difícil devido à pouca documentação existente, que foi facilitada pela ajuda da BragaHabit.
A terceira passagem é o lugar das oficinas, todos os projetos que foram realizados em conjunto com os moradores do bairro e que foram o maior contributo para este livro, com as visões de muitos moradores.
Na quarta parte, “Entre o pensar e o intervir” é mostrado o trabalho realizado no SummerLab, onde participaram estudantes de 14 nacionalidades diferentes na elaboração deste projeto.
O capítulo final é a necessidade de expor este trabalho, tendo sido feita uma exposição na Casa Esperança com intervenientes dos bairros sociais.
O evento terminou com o discurso de Cristina Palhares, coordenadora do projeto, que agradeceu aos Space Transcribers por todo o trabalho realizado e por todo o esforço nestes bairros sociais. “Assim nasce uma nova página em alguns bairros sociais de Braga”, afirma a coordenadora.
O livro “Transcrever: Ações Participativas nos Bairros Sociais de Braga” já se encontra disponível para leitura online, no website dos Space Transcribers.